terça-feira, julho 19, 2005

 

Inquérito

Você conduz um tanque de guerra (por razões que agora me escapam) pelas ruas da Lisboa. Subitamente, descortina o Miguel e o Dias Ferreira a atravessar a estrada numa passadeira. O que faz?

a) Mantém a velocidade, passa por eles, abre a janela (é um tanque com janelas, não façam muitas perguntas) e manifesta o seu descontentamento para com os dois indivíduos: ‘ah, seus pulhas...’;

b) Acelera ligeiramente, finge que trava e depois volta a acelerar, pregando-lhes um valente susto na passadeira. Depois, abre a janela e atira para o Dias Ferreira: ‘olha lá, já arranjavas um namorado da tua idade, não?’;

c) Acelera ao máximo, falhando os dois na passadeira por pouco. Quando estes julgarem estar fora de perigo, faz marcha-atrás, passando-os a ferro. Depois liga para a Câmara e avisa que algum camião deve ter deixado cair dois montes de merda no meio da estrada;

d) Acelera vertiginosamente ao som de ‘E ninguém pára o Benfica, e ninguém pára o Benfica, olé oh!!’, atropelando os dois e estropiando-os, fazendo com que as suas entranhas se espalhem contra a montra da loja à beira da estrada. Depois, faz marcha-atrás e anda para a frente, alternadamente, espalmando-os de forma a que atinjam a consistência de dois tapetes. Retira a barba do Dias Ferreira (com recurso a pinças e envergando um fato de amianto) e envia para o Departamento de Defesa dos EUA com uma nota sobre a descoberta de armas de destruição massiva. Posteriormente, enrola os dois estropícios espalmados e enfia um pelo traseiro do João Braga e - apesar da provável insistência do João Braga em que enfie o outro também - o outro no do José António Lima (se bem que este já deva estar tão largo que caberiam os 32 volumes da Enciclopédia Britannica).

 

Diferenças

Ao contrário de certas clubetas que, como não têm dinheiro para comer, justificam a impossibilidade de contratar jogadores que não joguem nos distritais com uma hipócrita e auto-imposta contenção e rigor (é o mesmo que um mendigo dizer que só não compra uma casa na Quinta da Marinha porque está em contenção), o Glorioso prossegue a sua coerente e francamente irrepreensível política de contratações. Enquanto no Benfica se discutem Tomassons e afins, nas clubetas do outro lado da segunda circular discute-se a vinda de Manoéis, Semedos e Varelas, e do Tóino das Iscas, jogador do Marmeleja de Baixo, melhor marcador do torneio das festas da aldeia e vencedor de um penico de porcelana na Quermesse da Sociedade Recreativa.
O caso Tomasson em nada vem beliscar a coerência e a qualidade da política desenvolvida. O Benfica fez o que tinha a fazer (e muito bem), sendo que a contratação apenas falhou por imposições negociais de última hora e pela oferta superior do Estugarda. Sendo um bom jogador, não vale a pena cometer loucuras para o cá ter. Tenho a plena confiança que, na sequência da boa política de contratações até agora desenvolvida, vamos ter dois jogadores de inegável qualidade para o sector atacante. Apesar de suspeitar que nenhum terá ganho nada na Quermesse das festas da Marmeleja.

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