sexta-feira, agosto 25, 2006

 

A cultura da infâmia

Que a imprensa portuguesa é um balde de esterco nauseabundo já se sabe. Alimenta-se, sobretudo, de rumores e ‘bocas’ lançadas contra a parede para ver se pegam, dicas não investigadas e tentativas de emporcalhar reputações, na tentativa de vender mais uns jornalecos, de ganhar mais umas audiênciazecas. É por isso que neste país de invejosos, chicos-espertos, feudos auto-regulados, paraísos criminosos e gangsters com carta branca é tão fácil lançar boatos, inventar notícias, perseguir e estigmatizar pessoas, arruinar carreiras, reputações ou tentar calar quem tenta trazer a público a verdade.
Sendo um país que se deleita e banha na desgraça alheia e na inveja (ou não sejamos líderes mundiais no ‘pára para ver o acidente, pode ser que se veja sangue ou alguém estropiado’ e no ‘o vizinho comprou um carro novo, deve ser dinheiro da droga’) como combustíveis essenciais para a vida em sociedade e para uma ancestral e omnipresente religião da ‘dor de cotovelo’, a comunicação social não passa de um espelho desse excremento nauseabundo que nos fere como povo.
Não me espanta, por isso, que pedaços de produto intestinal de suínos com diarreia como o 24 horas sejam o veículo preferencial de criminosos que pretendem calar quem pugna pela verdade. O que já me surpreende é que veículos de informação com algumas responsabilidades, como a TSF, abram blocos noticiosos com base em pseudo-notícias fabricadas por esse pasquim prostituído.
Sinal de que a podridão está mais entranhada do que supúnhamos e a que merda corre mais livre pelos esgotos a céu aberto deste país.
Resta a quem se vê difamado de forma nojenta por estas maquinações sujas, abjectas, repugnantes, sórdidas, rasteiras e terceiro-mundistas, ter a coragem suficiente para perceber que, neste ‘paraíso à beira-mar plantado’, para se conseguir lutar pela verdade e pela justiça, há que ter a fibra e garra suficiente para se conseguir aguentar tudo isto e para caçar quem há tantos anos suja este país.

Coragem e força, sr. Presidente. Como se impõe de quem vive com a Águia no coração.
Coragem e força. A Águia é e sempre será mais forte que os abutres e hienas que pululam pelos corredores do futebol português.

quarta-feira, agosto 23, 2006

 

Reflexões, apreciações, notas soltas

Sobre o jogo de ontem, oferece-me ainda tecer as seguintes considerações:

- o Benfica estava órfão de um verdadeiro número 10 há cerca de 12 anos. É irónico que recuperemos exactamente o último que tivemos. Sobre o Maestro está aí um post à parte;

- parece-me que uma das coisas positivas a retirar do jogo será a certeza que existe banco, dado que com ausências muito importantes como o Simão, o Miccoli e o Léo (por sinal, 3 peças absolutamente fundamentais da equipa), ainda se assim se jogou razoavelmente e se ganhou;

- o Nelson, paulatinamente, está a voltar à forma. O que é bom. Também acabou com aquele penteado em que parecia ter acabado de sofrer um choque de milhares de volts. O que também é bom;

- já disse o que penso sobre o ridículo que é assobiar jogadores do Benfica (não percebo quem o faz). O Beto não tem culpa que o ponham a jogar. Tendo dito isto, é minha absoluta convicção que o Beto não pode jogar no Benfica, por muito que isso ajude a publicitar a causa das pessoas com falta de coordenação motora;

- o facto de não terem jogado nem o Marcel nem o Marco Ferreira, por si só, deixou-me mais bem disposto. Nem sempre se está com disposição para comédias, mesmo que burlescas;

- acho que gostei do Katsouranis. Digo 'acho' porque passei grande parte do jogo indeciso. Isto porque momentos houve em que alguma lentidão e passes sistemáticos para o lado e para trás me trouxeram perigosamente à memória o Paulo Almeida, o que me deixa sempre indisposto e com vontade de agredir um lagarto (unicamente por razões lúdicas);

- O Fonseca faz-se. Percebe-se que há ali jogador. E quem o ouviu na conferência de imprensa após o jogo percebe que é um tipo com um discurso coerente, humilde e francamente inteligente. Desejo-lhe muita sorte. Até porque assim o Marcel jogará pouco;

- sim, os austríacos eram fraquinhos e tal. Mas melhores e bastante mais cotados que Halmstads, Artmedias e afins.

E pronto, é isto.

 

Ser Grande


Vale a pena ir ao estádio só para ver o Maestro.
E vê-lo, passado todo este tempo, a marcar um golo de águia ao peito é uma emoção inigualável. Pela classe com que o faz mas, sobretudo, por percebermos que festeja como festejaria um de nós (que apenas podemos ajudar o Benfica das bancadas). Vê-lo é perceber o que é ser benfiquista. Porque, na verdade, as palavras não chegam para explicar o que é esta estranha forma de vida, este estado de alma.

O Rui Costa é, como poucos, um de nós. Sempre o foi, sempre o será. Ser um ídolo não se esgota na manifestação de talento dentro do campo. Tem uma dimensão mais ampla, mais abrangente, mais – se quiserem – humana. O Rui Costa é, não só um génio futebolístico, como também um homem de estatura moral invulgar, humilde e generoso. O protagonismo não é forçado, é lógico, apropriado, óbvio e deriva de uma autoridade natural que o talento e a tal estatura moral constroem e impõem.
E são esses, que são grandes também porque o são como homens, que atingem a imortalidade. És grande, Rui. Muito, muito grande. Como o Benfica.

E nós, a quem nos foi oferecida uma segunda oportunidade de o ver a espalhar magia pelo relvado da Luz, estamos agradecidos.

terça-feira, agosto 22, 2006

 

Fazer parte desta gigantesca alma colectiva - viver com o Benfica na alma - implica acreditar na vitória mesmo quando uma análise racional faria acreditar no contrário. É por isso que acredito que hoje vamos vencer, apesar do Engenheiro.
O nosso maior adversário hoje não é o Áustria de Viena. Não. É o Engenheiro (e, atrevo-me a dizer, as crises de ansiedade). Somos tão grandes que até temos de encontrar os nossos maiores obstáculos cá dentro. É impressionante.

Força BENFICA

 

A pensar morreu um burro

Não devo estar a ver muito bem esta história do Miguelito. Tempo para pensar? Prazo até quarta-feira (amanhã)? Pensar? P-e-n-s-a-r? MAS PENSAR EM QUÊ?
Não consigo apreender o conceito; devo ter percebido mal esta história.
O Glorioso dá-lhe a honra de sequer vislumbrar ser jogador do Benfica e o jovem está a pensar??

Meus amigos, isto é muito simples. Só cá quero jogadores que percebam a inacreditável honra que é sequer a possibilidade de envergar aquela camisola cor de sangue, de jogar de águia ao peito.

Pensar? Mas o que é isto? Tinha mais era que se mandar ao chão e beijar os pés de quem lhe deu esta honra, de ter um colapso nervoso em antecipação, de chorar compulsivamente de emoção até ficar desidratado ou de ter uma visão religiosa.
Se quer, aceitasse. Se não, vá à merda (ou seja, para o FC Porco ou para o Sportem). Mas quem é que este trambolho pensa que é?

p.s. cá para mim, há aqui dedo do Carlos Brito, esse tripurso confesso.

 

O Sabugo e o Sapo

O clima em que se inicia a nova temporada é de conluio. Desonesto, pérfido, imoral.
Sub-reptício, dissimulado, rastejante.

Como alguém, antes de uma tempestade ou furacão, vai vislumbrando pequenos sinais do desastre iminente (a inquietação dos animais, a mudança do vento, a pressão atmosférica), também nós, benfiquistas, nos vamos apercebendo de como as coisas se estão a cozinhar lentamente. De como, mais uma vez, seremos nós contra tudo e todos. Nada a que não estejamos já habituados. Não o quereríamos de outra forma. Não somos hipócritas ao ponto de saltitar de lealdade em lealdade, por forma a garantir recompensas.

Isto percebe-se na aliança FC Porco – Sportem para a Liga e percebe-se, sobretudo, nas pequenas coisas. Percebe-se, por exemplo, na quase obscena forma como essa bizarra criatura que dá pelo nome de Miguel Sabugo Tavares (na sua propaganda semanal anti-benfiquista a que pomposamente chama de ‘crónica’) elogia o Sportem e – surpresa das surpresas – vomita mais uma vez o seu ancestral ódio pelo Glorioso. Esta pobre desculpa para um ser humano tem a monumental lata e desfaçatez de atacar o Benfica por via do caso Nuno Assis, que foi tão simplesmente a mais vil e abjecta maquinação jamais articulada para tentar acabar com a carreira de um jogador por parte do sistema. Esse mesmo, o sistema com que o Sportem vivia obcecado mas que, desde que reiniciou a relação sado-masoquista com o Porco da Costa, decidiu que afinal não havia.
É absolutamente inacreditável que pegue nisto depois do jogador ser ilibado e depois de se ter provado o festival de incompetência e má fé por parte do CNAD e das tristes figuras que aquele cachalote do Secretário de Estado do Desporto fez. É preciso não ter o mínimo de moral e não ter réstia de vergonha para pegar nesta matéria e a tentar subverter, inventando um caso de branqueamento por parte do Benfica. Mas, convenhamos, um animal como aquele que se olha todos os dias ao espelho de manhã não pode ter o mínimo de vergonha na cara (senão, não saía de casa).

Numa nota diferente, achei muita piada àquele jogo de beneficência de ontem no Alvalixo. Impressionou-me sobretudo o espírito generoso da coisa, de tal forma que o árbitro (esse monumento à qualidade da arbitragem chamado Bruno Paixão) decidiu ele próprio fazer uns donativos e oferecer uma expulsão e perdoar um penalty (ainda teve o desplante de discutir o presente com o fiscal de linha: ‘marcamos isto ou não?; ‘ui, isso agora só vai trazer chatices. Deixa estar, é para a festa’; ’tens razão, vamos mas é acabar com isto para voltar para o hotel. A Sueli e a Volcineide já devem fartas de estar à espera’).
Já começaram a ser levados ao colo e ainda nem sequer começou a Liga. Réptil prevenido vale por dois.
Para mim, a estrela da festa não foi o Figo. Foi aquele sapo gigante que andava para lá a passear entre ele e a Avestruz de Alvalade no início do jogo. Aquele, para mim, é que é o verdadeiro símbolo da lagartagem. Verde, ridículo e inchado.

 

O porquinho Babe


O Hermínio Loureiro, uma mistura bizarra entre um pinguim e o porquinho Babe, está muito satisfeito porque reuniu o apoio da lagartagem e do Porco da Costa nas eleições para a Liga.
Como nos filmes de gangsters que nos habituámos a ver, as marionetas políticas da Máfia regozijam-se no facto de reunirem uma espécie de consenso podre e conspiratório consubstanciado no apoio por parte do sistema. São apenas fantoches de fachada, veículos através dos quais os verdadeiros ‘donos’ do futebol português controlam os meandros do futebol ao abrigo de uma pseudo-legitimidade institucional, construída para manter as aparências de legalidade.
O facto de reunir o apoio da Avestruz de Alvalade e do Porco da Costa significa que a velha aliança Sportem – FC Porco denunciada há tempos pelo ex-presidente lagarto João Rocha - e congeminada entre o Zé Rocket e o Porco da Costa no sentido de prejudicar o Benfica e garantir a sistemática ida de ambos os clube à Liga dos Campeões - tem um segundo fôlego. O ensaio realizado na época passada correu bem e pretendem, portanto, garantir a sua continuidade. O facto de, à semelhança do antecessor e de alguns dos seus apoiantes, também ele ter às costas investigações e processos sobre desvio de fundos e afins é, no fundo, apenas coerente.

O futebol português é uma espécie de excepção à regra, uma violação da ordem normal das coisas, uma corrupção das leis básicas da história humana. A máxima aplicável a este bizarro fenómeno é a de que ‘o crime compensa’.
No percurso da humanidade, a eras particularmente negras da história seguiram-se fases de desenvolvimento do espírito humano, de catarse, de expiação de pecados, de fantasmas. À Idade das Trevas seguiu-se o Renascimento. No futebol português, a Idade das Trevas é, aparentemente, eterna.

Sai um Loureiro, entra outro. Com a conivência do actual Loureiro (que ficará ainda assim no efectivo controle das coisas, na Assembleia Geral), do Porco da Costa e, claro, dos seus acólitos. Fica tudo na mesma. O Porco da Costa manifestou até efusivamente o seu entusiasmo no apoio ao clone Loureiro (o que, convenhamos, não augura nada de bom para o futuro).
O que se esperaria de um país onde um processo como o Apito Dourado é arquivado e onde os seus arguidos continuam a entender Portugal como o seu campo de recreio privado?
Muito pouco.

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