terça-feira, agosto 22, 2006

 

O Sabugo e o Sapo

O clima em que se inicia a nova temporada é de conluio. Desonesto, pérfido, imoral.
Sub-reptício, dissimulado, rastejante.

Como alguém, antes de uma tempestade ou furacão, vai vislumbrando pequenos sinais do desastre iminente (a inquietação dos animais, a mudança do vento, a pressão atmosférica), também nós, benfiquistas, nos vamos apercebendo de como as coisas se estão a cozinhar lentamente. De como, mais uma vez, seremos nós contra tudo e todos. Nada a que não estejamos já habituados. Não o quereríamos de outra forma. Não somos hipócritas ao ponto de saltitar de lealdade em lealdade, por forma a garantir recompensas.

Isto percebe-se na aliança FC Porco – Sportem para a Liga e percebe-se, sobretudo, nas pequenas coisas. Percebe-se, por exemplo, na quase obscena forma como essa bizarra criatura que dá pelo nome de Miguel Sabugo Tavares (na sua propaganda semanal anti-benfiquista a que pomposamente chama de ‘crónica’) elogia o Sportem e – surpresa das surpresas – vomita mais uma vez o seu ancestral ódio pelo Glorioso. Esta pobre desculpa para um ser humano tem a monumental lata e desfaçatez de atacar o Benfica por via do caso Nuno Assis, que foi tão simplesmente a mais vil e abjecta maquinação jamais articulada para tentar acabar com a carreira de um jogador por parte do sistema. Esse mesmo, o sistema com que o Sportem vivia obcecado mas que, desde que reiniciou a relação sado-masoquista com o Porco da Costa, decidiu que afinal não havia.
É absolutamente inacreditável que pegue nisto depois do jogador ser ilibado e depois de se ter provado o festival de incompetência e má fé por parte do CNAD e das tristes figuras que aquele cachalote do Secretário de Estado do Desporto fez. É preciso não ter o mínimo de moral e não ter réstia de vergonha para pegar nesta matéria e a tentar subverter, inventando um caso de branqueamento por parte do Benfica. Mas, convenhamos, um animal como aquele que se olha todos os dias ao espelho de manhã não pode ter o mínimo de vergonha na cara (senão, não saía de casa).

Numa nota diferente, achei muita piada àquele jogo de beneficência de ontem no Alvalixo. Impressionou-me sobretudo o espírito generoso da coisa, de tal forma que o árbitro (esse monumento à qualidade da arbitragem chamado Bruno Paixão) decidiu ele próprio fazer uns donativos e oferecer uma expulsão e perdoar um penalty (ainda teve o desplante de discutir o presente com o fiscal de linha: ‘marcamos isto ou não?; ‘ui, isso agora só vai trazer chatices. Deixa estar, é para a festa’; ’tens razão, vamos mas é acabar com isto para voltar para o hotel. A Sueli e a Volcineide já devem fartas de estar à espera’).
Já começaram a ser levados ao colo e ainda nem sequer começou a Liga. Réptil prevenido vale por dois.
Para mim, a estrela da festa não foi o Figo. Foi aquele sapo gigante que andava para lá a passear entre ele e a Avestruz de Alvalade no início do jogo. Aquele, para mim, é que é o verdadeiro símbolo da lagartagem. Verde, ridículo e inchado.

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