sexta-feira, outubro 22, 2004

 

quinta-feira, outubro 21, 2004

 

A Cultura do Medo

Quem viu o jogo de ontem do PSG contra o FC Porco pôde constatar, acima de tudo, a diferença de atitude do FC Porco a nível interno e a nível internacional. E essa diferença de atitude tem a ver com a cultura do medo, com o medo institucionalizado do FC Porco por parte da arbitragem em Portugal. Pierluigi Collina não é Olegário Benquerença, e o FC Porco sabe disso.
E para os que estão a pensar no êxito internacional do FC Porco na época passada, ressalve-se que o maior obreiro das ditas cujas foi, de facto, Mourinho, mas assinale-se que a nível interno o FC Porco foi praticamente levado ao colo durante as primeiras jornadas da Superliga (enquanto a máquina não engrenava), e até ganhar uma vantagem confortável.

Quem analisar os jogos do FC Porco para a Superliga percebe que entram em campo sempre na certeza que todas a circunstâncias do jogo lhes serão (sabem disso) favoráveis, e que a amplitude de acções permitidas durante o jogo é particularmente abrangente. Isto, naturalmente, transmite uma confiança acrescida a jogadores que têm (isso é indesmentível) qualidade.
Por muito que o execrável e medíocre líder do corporativismo mafioso da arbitragem portuguesa (o imbecil Luís Guilherme) esbraceje na tentativa de provar que as arbitragens são todas maravilhosas e que os árbitros são fantásticos, é particularmante evidente a podridão em que se arrasta a arbitragem portuguesa.

Nos comentários ao jogo de Domingo, muita gente questionou como é que foi possível o Jorge Costa acabar o jogo sem um cartão. Ontem puderam ver um Jorge Costa transfigurado, preocupado em não travar sucessivamente os adversários em falta e em não agredir ninguém, porque se apercebeu que tinha pela frente um árbritro (pasme-se!!) que aplica as regras do jogo.
A habitual sobranceria e à vontade dos jogadores do FC Porco na utilização da violência foi combatida com uma série de cartões amarelos por parte de Collina perante a estupefacção dos primeiros, habituados que estão a serem tratados como um conjunto de meninos de coro pelos cobardes árbitros portugueses.
Quando o polvo não espraia os tentáculos e, consequentemente, quando não é aplicado um regime de excepção (diria mesmo um regime de isenção das regras básicas do jogo) ao FC Porco, o à vontade e tranquilidade que caracterizam a atitude dos seus jogadores transmuta-se. Quando, de facto, se apanham cartões amarelos por faltas recorrentes e violentas, quando as faltas são, de facto, assinaladas, quando os golos dos adversários são validados porque existiram, torna-se muito mais difícil ganhar.
Na Europa, o FC Porco é um clube como os outros e não têm medo do Porco da Costa. Não era tão bom que cá também fosse assim?

terça-feira, outubro 19, 2004

 

O Domingo da Vergonha

Porque o que aconteceu no Domingo no Estádio da Luz foi grave e sério demais, ontem o dia foi de silêncio auto-imposto.
A circunstância de determinados incendiários do futebol português (e vocês sabem de quem eu estou a falar – parafraseando o ‘conspiracy theorist’ por excelência Octávio Machado) usarem abusivamente a desculpa do ‘sistema’ para justificar desaires originados por jogadores e treinadores incompetentes, leva a uma consequente ridicularização do tema – e à caricaturização dos intervenientes. Como tal, quando se assiste à verdadeira manifestação, em todo o seu escabroso alcance, do ‘sistema’, o tema já está de tal modo caricaturizado que é praticamente impossível fazer uma aproximação ao assunto sem se cair no terreno movediço dos lugares-comuns. É exactamente por força da permanente e ensurdecedora (e ensandecedora) carpideira e torrente de lamúrias por parte do Dias da Cunha sobre o monstro do ‘sistema’, que quando verdadeiramente este espraia os tentáculos (com uma atroz desfaçatez), como o fez no Domingo perante um Estádio da Luz repleto (de esperança, bem como de adeptos), não se consegue identificá-lo e lutar contra ele sem atrair os abjectos (porque injustos) sorrisos disfarçados e venenosos no canto da boca e uma sensação desconfortável de ‘dejá vu’. Apetece dizer que o Dias da Cunha fará um serviço inestimável (gostaria muito de pensar que de forma inadvertida) ao Porco da Costa ao contribuir de forma sistemática para o descrédito e ridicularização da teoria do ‘sistema’.
E, como consequência, o monstro prossegue o seu caminho inexorável da destruição e morte do futebol enquanto jogo LEAL e JUSTO. E leal e justo, meus amigos, não é (desenganem-se os arautos cínicos do facciosismo que pensariam que fosse isso) tratar de fazer com que o Glorioso ganhe sempre. Nada disso, nada mais errado. Apenas que quando perca, perca de pé, derrotado de facto pelos outros 11 jogadores da equipa adversária e não pela deturpação abjecta, revoltante e mortal do resultado desportivo às mãos de marionetas conspurcadas e amorais ao serviço do ‘puppet master’ do futebol português.

Ainda assim, e porque o fogo que me arde por dentro ameaça transbordar, não posso, não quero, deixar de aqui registar que o que aconteceu no Domingo perante um Estádio da Luz no auge do seu esplendor foi um cancro, um aborto inominável, um círculo do inferno, uma espécie de morte.

Não é assim que apagam a chama imensa. Ainda a alimentam mais. Como aqui já referi num post anterior, Nietzsche dizia que 'o que não nos mata apenas nos torna mais fortes'.

VIVA O BENFICA.

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