quinta-feira, abril 02, 2009

 

As aventuras de um jumento real na realidade virtual

Não satisfeito com as deambulações frenéticas de microfone em punho no final da Taça da Liga a vomitar imbecilidades por todo o lado e a tentar direccionar declarações e distorcer acontecimentos, o moço Nuno Luz levou, há dias, a sua já lendária estupidez muito mais longe. Diria mesmo até onde ninguém (neste caso, um animal) se aventurara antes (à la Star Trek).

Para quem não testemunhou aquele belo pedaço de estrumeira televisiva que passou na SIC (esse monumento à isenção na comunicação social), o moço Luz, depois de – suspeito – fumar uma quantidade desaconselhável de folhas de coentros, desunhou-se para produzir uma representação virtual – com recurso a uma simulação por computador que parecia saída do Pro Evolution Soccer se este tivesse sido feito por macacos – que mostrasse a sua interpretação do caso de arbitragem mais mediatizado da final da Taça da Liga. Interpretação essa que, desse por onde desse, e manipulando as imagens de forma inacreditavelmente rudimentar (era bizarramente óbvia a forma como a bola assumia posições completamente diferentes quando se passava das imagens reais para as virtuais e vice-versa), concluísse desonesta e enviesadamente que o lance do penalty teria sido fora da grande área e que teria existido uma espécie de complot por parte da equipa de arbitragem e de uma sociedade secreta de inspiração benfiquista (que enviaria sinais em código das bancadas do Estádio do Algarve) para tramar a agremiação de queques – o seu clube do coração.

Vi aquilo fascinado – da mesma maneira que às vezes olho fascinado e com profunda curiosidade científica para o fundo da sanita – e cheguei à conclusão que aquele exercício de profunda e inapelável estupidez era uma representação mais ou menos fidedigna do que se passa em metade da cabeça do Nuno Luz. A outra metade é ocupada por fantasias pouco saudáveis que envolvem ovelhas em lingerie e trolhas vestidos de hospedeiras.

Acho particular piada que nunca ninguém – e, em particular, o solícito moço Luz – se tenha decidido a fazer este tipo de investigação tecnológico-masturbatória a propósito das centenas e centenas de lances estranhos que se passaram ao longo dos anos nos jogos do clube assumidamente corrupto ou dos seus lacaios do Lumiar. Seria muito interessante analisar à luz desta ferramenta cada um dos 458 penalties assinalados sobre o Jardel ou sobre o João Pinto no último campeonato comprado pela lagartagem e seria fascinante perceber como conseguiriam brincar à realidade virtual e manipular o modelo computorizado de molde a, por exemplo – e não indo mais longe – colocar o Postiga a 50 metros do Yebda no penalty não assinalado (sobre o Yebda, no final da primeira parte) no Benfica-Sportem da primeira volta ou mostrar o Yebda a arrojar um valente pontapé nos dentes do Lisandro no FC Porco-Benfica.

Como gosto de pensar que sou, já aqui o disse, um tipo que se mantém a par das novas tecnologias, um dia destes desenvolvo um modelo de simulação por computador que consiga demonstrar a minha profunda convicção de que o Nuno Luz é, na verdade, o produto do cruzamento entre um jumento e um travesti estrábico.

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