sexta-feira, novembro 26, 2004

 

provavelmente o melhor restaurante do mundo

Hoje o Mantorras foi almoçar àquele que é talvez o melhor restaurante do mundo - a Catedral da Cerveja!
Para quem não sabe, a cervejaria aberta recentemente no Estádio da Luz, na Catedral de todos os Benfiquistas.
E que luxo! Um espaço muito muito bonito, com vista para o relvado!
E o almoço, repleto de iguarias, um verdadeiro manjar dos deuses.
Entradas óptimas - farinheira, morcela, chouriço e broa, tudo do melhor.
Um creme de marisco como nunca antes tinha comido. Um bife com molho à Catedral de comer e chorar por mais! A simpatia dos empregados e o acolhedor benfiquismo de todos os presentes fizeram-me sentir em casa.
Nota 11 em 10!... e ainda por cima barato!
Como se não bastasse, a presença do nosso Presidente, o Sr. Luís Filipe Vieira, encheu de brilho a sala, trocando algumas opiniões com os presentes - um Senhor!
TODOS os Benfiquistas têm obrigatoriamente de ir à Catedral da Cerveja.
Com um estádio imponente e magnífico, o 1º lugar da liga, jogadores fantásticos, um clube com um historial único e com um futuro brilhante e, ainda por cima, um restaurante do melhor que há! ...
Que orgulho tenho em ser Benfiquista!

 

O homem (s)em movimento

Segundo fontes oficiais, um jogador benfiquista entrou oficialmente para o Guinness Book of World Records. Ontem, no jogo contra o D.Zagreb, Paulo Almeida conseguiu bater a barreira da inércia (para trás) pela primeira vez na história. De acordo com as estatísticas oficiais, terá conseguido, de forma desconcertante, reduzir o movimento de tal forma que terá inclusivamente batido a barreira do não movimento (qualquer coisa de tão extraordinário que nem se sabe o que é) e obtido a histórica marca de –20 Km/hora. De acordo com o Dr. Ishtá Sussgadu (especialista mundial em inércia), é a primeira vez que alguém fica de tal modo imóvel que deixa de estar sujeito à passagem do tempo (razão pela qual P. Almeida, apesar de ter estado em campo a quase totalidade do tempo regulamentar, terá conseguido um tempo útil de 0,2 segundos). De acordo com o especialista, P. Almeida será a única pessoa no planeta que ainda se encontra no dia de ontem.

 

Patrocínios

Parece que o patrocinador da equipa do Moreireinse é uma empresa de Famalicão chamada DeBorla (certamente para fazer um trocadilho com o que a dita deve pagar ao clube minhoto, uma vez que a saída do jovem Manuel “cara de peixe” Machado enfraqueceu de sobremaneira a marca “Moreirense”).

Se a moda do trocadilho e da chalaça pega no futebol português, qualquer dia temos o Sporting a ser patrocinado pela Enron (mas espera aí, esta empresa não entrou em falência? Ah pois...), o Ricardo pela kentucky fried chicken e o Rochemback pela associação nacional de luta contra o síndrome de touret.

 

Papel Higiénico (de folha grossa)

Porco da Costa abriu a boca e, mais uma vez, ou entram moscas ou sai bosta. Desta vez saiu bosta.
Pronunciando-se sobre o caso do DVD que a santanete terá dito que apenas por delicadeza não atirou pela janela fora, disse que ‘Não há dúvida nenhuma de que, se algumas coisas forem atiradas pela janela, mesmo não sendo pesadas, talvez não magoem, mas podem emporcalhar. O senhor ministro mostrou ser uma pessoa prudente e fez bem em não ter atirado nada pela janela fora, porque podia sempre sujar em quem fosse bater". Não sei se Porco da Costa estaria a falar de alguma experiência que terá feito ao atirar a namorada pela janela, ou se ele mesmo já saltou de uma janela, depois de beber um Red Bull.
Em todo o caso, independentemente do que estivesse a falar, poderia estar descansado. Se alguém ficasse ‘emporcalhado’ poderia utilizar essa nova forma rebuscada de papel higiénico, as páginas do seu livro (esse prodígio do pensamento animal 'Largos dias têm 100 anos'), para limpar a bosta.
A Renova tem de estar atenta a este tipo de concorrência encapotada.

 

Três apontamentos à noite europeia

Confesso que não vi o jogo de ontem do sporting.
Todos sabemos que hoje em dia os jogos do sporting valem sempre umas boas gargalhadas, nem que seja só para ouvir o peseiro na flash interview, ou para ouvir as doçuras que o Rochemback dedica ao seu respeitado treinador.
Mas no resumo do jogo da Georgia, retive 3 coisas engraçadas:
1. O jogo foi um ponto de encontro.... um ponto de encontro de duas equipas gémeas. duas equipas com muito em comum: Estádio ridículo, equipamentos engraçados, jogo fraquíssimo, jogadores medianos, descrédito internacional, erros crassos frequentes, etc.. Pensei logo que poderia estar o Henrique Mendes a comentar o jogo, e no final entregar aqueles presentes engraçados ao Dias da Cunha e ao presidente do Dinamo.
2. Finalmente o sporting parece ter ultrapassado o fantasma da eliminação na Europa por equipas desconhecidas com dificil pronúncia e que acabam em i
3.A confirmação do facto de que sempre que o sporting marca um golo, aparece imediatamente o Carlos Martins, com o cabelo espetado, nariz empinado, com sorriso idiota abraçado ao marcador do golo. Aquela carinha é um misto de avestruz com chimpazé, algo de único mas infinitamente irritante. O que nos vale é que o sporting marca poucos golos...


Finalmente, ontem ao ver a CNN foi com orgulho que vi que um dos dois resumos que deram sobre a jornada da UEFA foi do nosso Benfica..


quarta-feira, novembro 24, 2004

 

Optimista céptico

Quando fui ontem comprar o novo disco do Jorge Palma achei sinceramente que ia conseguir esquecer finalmente o descalabro do fim de semana, mas não, a verdade é que o Jorge Palma não teve pena de mim. Deixo-vos aqui um cheirinho do seu novo disco(apenas uns pequenos excertos de algumas músicas): "(...)tenta mexer-te com mais vigor(...)", "(...)por isso eu tornei-me um optimista céptico(...)", "(...)dizes vermelho, respondo azul(...)", "(...)és capaz de me mostrar a luz, e depois regressamos os dois à escuridão(...)", (...)há tanto tempo espero por ti(...), (...)hoje não passam de farrapos feitos de medo, solidão e frio(...), (...)estás demitido, obviamente demitido(...) e, finalmente, a minha preferida:

"(...)tu és um crítico de merda(...)"

De vez em quando sou, de facto...acho que sim...


 

Serviço Público

Parece que o jogo do Sporting vai ser transmitido na RTP.

Na minha opinião, faz sentido que o canal público desafie a lógica de mercado, com o objectivo de servir uma minoria. A isto chama-se de serviço público.

Realmente, os jogos do Sporting oferecem um tipo de humor alternativo, o que faz com que não esteja ao alcance de qualquer telespectador.

O tipo de humor praticado por Peseiro faz lembrar um Larry David, no que diz respeito a qualidades interpessoais, ou um Ricky Gervais, no que toca a capacidade de liderança.

Numa notícia relacionada, o canal estatal adquiriu os direitos de transmissão dos combates de Tarzan Taborda (comentados pelo próprio).

 

Houston, we have a problem

De acordo com a imprensa, a comitiva da lagartagem terá sofrido um grande susto no vôo para Tbilisi devido à forte turbulência, registando-se uma ‘aterragem medonha no aeroporto internacional da capital georgiana.’
'"Está muito vento, muito vento", disse uma das hospedeiras na instalação sonora do avião, assim mesmo, repetindo o "muito vento" para enfatizar a situação.‘

Inicialmente atribuiu-se a forte turbulência aos fortes ventos transcaucasianos, mas depois percebeu-se que a ventania tinha origem dentro do próprio avião e apenas começou quando o treinador da lagartagem retirou um dos auriculares que tinha nos ouvidos para ouvir música (libertando um foco de vácuo), tendo a tripulação imediatamente solicitado que o colocasse de novo, ou que retirasse os dois, de forma a que o vento circulasse.

De acordo com a imprensa, Anderson Polga terá inclusivamente vomitado no decurso da viagem, o que se atribuiu inicialmente à turbulência. Veio-se a descobrir que tinha a ver com o facto de ter Tinga (a 'cara do Sporting') como companheiro de viagem, como se comprovou mais tarde, quando toda a tripulação e os jornalistas vomitaram cada vez que o Tinga se levantou do seu lugar.

 

Diversificação

Para o jogo da lagartagem amanhã com o Dínamo de Tbilissi espera-se bastante frio. Prevejo, portanto, o lançamento de um novo produto da Companhia de Frangos do Montijo. O frango congelado.

terça-feira, novembro 23, 2004

 

Em grande!

Até o poder político já se rendeu ao NdA.

"Os elogios de Santana Lopes ao novo ninho das águias".

Uma hora e meia foi o tempo de duração da visita de Santana Lopes ao local onde está a ser construído o novo “ninho das águias”. O presidente da Câmara de Lisboa ficou satisfeito com as obras realizadas.... Para além disso, o presidente da Câmara enalteceu o esforço e a dedicação.... no desenrolar deste processo.... A conclusão do novo espaço dos “encarnados”... revela "uma capacidade de realização notável no tempo e na qualidade".



 

Os porcos dão-se mal com o frio

Esperam-se condições meteorológicas adversas amanhã no confronto entre o CSKA Moscovo e o FC Porco, prevendo-se bastante frio, neve e gelo.
Espero que ainda não seja amanhã que o Luis, perdão, Victor Fernández aproveite para quebrar o gelo entre ele e a equipa. Mas se tiver que ser, que quebre o gelo ali na zona à volta do banco de suplentes, para ver se o Porco da Costa desaparece no buraco.

 

Conversa

Amigo 1: Na quinta feira tenho a certeza que não vou ver um frango do Ricardo.

Amigo 2: Mas então porquê? Achas que ele está a subir de forma?

Amigo 1: Porque o jogo é às cinco e ainda vou estar a trabalhar.

segunda-feira, novembro 22, 2004

 

And now for something completely different...

um post pequeno. Para variar.

 

Esclarecimento

Não subscrevo uma única linha do post 'Certezas da vida' no que se refere ao Glorioso (naturalmente, subscrevo as linhas dispensadas à lagartagem).

Dado que o meu silêncio poderia eventualmente ser interpretado como solidário com o post anterior, vejo-me obrigado a tecer as seguintes considerações:

1. O Glorioso é hoje um clube bem organizado e com uma situação económico-financeira em franca recuperação, cujos efeitos são já particularmente visíveis (de forma palpável, e sem aldrabar os sócios, como outros clubes), ao contrário de outros clubes que estão na bancarrota (leia-se lagartagem, por exemplo). O projecto do estádio corre francamente bem e o potencial do clube está a ser bem explorado. Temos um estádio, que se pagará a médio prazo (como muito boa gente sabe, e basta ler os jornais económicos) e estamos a construir o centro de estágios do Seixal (aparentemente, há quem não saiba). E mais não posso dizer (por razões que também muito boa gente sabe).

2. Se a nível desportivo as coisas não funcionam, isso é outra questão, e admito que por incompetência dos responsáveis do futebol. Não se pode misturar as duas coisas. A entrada do José Veiga é um factor de preocupação? Será, mas a nível desportivo, não a nível da credibilidade económico-financeira do clube ou dos projectos que desenvolve, factores que estão hoje controlados como nunca. Concordo com a postura do José Veiga? Não concordo.

3. O blog, como o vejo, foi concebido como um espaço eminentemente humorístico, onde se colocarão inevitavelmente posts de cariz mais sério, de forma ocasional, de modo a defender a dignidade do que é 'ser benfiquista'. Isto, na minha opinião (repare-se que se trata da minha interpretação, e que não a imponho a ninguém), não passa por criticar de forma despudorada o clube. Passa por ter padrões de qualidade elevados (e que implicam muitas vezes 'bater' no treinador e jogadores quando isso se justifica, de modo humorístico ou não), mas não dar lenha para os nossos críticos nos atacarem. Quando um próprio benfiquista acredita na cantiga de alguns clubes serem historicamente sérios e outros sistematicamente considerados como caloteiros (quando na realidade se passa exactamente o contrário), é caso para considerar que algumas melodias, tocadas até à exaustão, ficam no ouvido.

4. O espírito subjacente a esta tertúlia benfiquista (e mais uma vez é a minha interpretação - os meus colegas que me desmintam se assim não for) é um de benfiquismo acérrimo, e é daí que jorra o sarcasmo que muitas vezes inunda esta página. Isso não implica (nunca implicará!), no que me diz respeito, considerar os sócios do Benfica (aqueles que fazem sacrifícios, que vão ao Estádio, muitas vezes percorrendo longos quilómetros, e que pagam as quotas) como ignorantes ou como palhaços que não percebem as opções disparatadas e cobardes de um qualquer treinador temporário (porque os treinadores vão e vêm, e aqueles milhares sempre estarão com o clube). Se o que esse treinador faz vai contra o espírito de luta, sacrifício e coragem que eu leio no MEU Benfica, reservo-me o direito (tenho a obrigação!) – e aos milhares que lá costumam comungar as tristezas e alegrias comigo - de manifestar o meu desagrado da forma que me convier, seja sob a forma de impropério, assobio, linguagem gestual ou dança primitiva oriunda da Papua Nova-Guiné.

Um abraço benfiquista

 

Certezas da vida

Há quem diga que, na vida, só há uma certeza absoluta desde o dia que nascemos e que é a morte.
Pois bem, no decorrer da época de 2004/05 do campeonato nacional de futebol da 1ª Divisão (chamem-lhe o que quiserem, Superliga, 1ª Liga, Tugaliga, não interessa), nasceram mais duas certezas:
1º- Todos temos a certeza que o Sporting Clube de Portugal irá dar sempre uma resposta cabal em cada jogo que faça na Superliga, independentemente do resultado, calando assim todos os seus delatores, todos os seus severos críticos, todas as faces do sistema.
2º- Este Benfica não vai ser campeão esta época.

Quanto à primeira certeza não me vou alongar muito.
José Peseiro é o novo homem forte do futebol do Sporting, tem um discurso muito interessante, que rivaliza o de José Mourinho.
Infelizmente para ele, Peseiro, falta que as suas palavras tenham aderência à realidade. Um pequeno pormenor.
Peseiro vive no mesmo mundo daqueles que “apostam” no Totobola com treze triplas: independemente do resultado, ganham sempre. E, por isso mesmo, nem precisam de ver o jogo para preparem o seu discurso vitorioso.
Ou pior, tem uma teimosia desmesurada em usar o mesmo discurso, tal como o seu dirigente usa teimosamente sempre um cachecol, façam 0º ou 45º.
Facto é que Peseiro tem “bom material” para trabalhar no plantel do Sporting, tal como Fernandéz no Porto.
Mais, Peseiro tem uma herança fácil de superar, dado que o seu antecessor, Engº Fernando Santos, nada conquistou no SCP.
Acredito que o Sporting possa lutar pelo título, mas Peseiro vai ter que evoluir não tanto em termos tácticos, mais (muito mais) em liderança do seu “grupo de trabalho”. E isso passa tanto pelo discurso para dentro como pelo discurso para fora.

Passemos à minha 2ª certeza, a do Benfica não ser campeão esta época.
Basta ver a forma como ontem, contra o Rio Ave na Luz (!!!!) o Benfica conquistou um precioso ponto. Numa jornada em que uma vitória dar-lhe-ia de novo a liderança, “oferecida” numa bandeja de prata, num jogo em que esteve por duas vezes em vantagem por dois golos de diferença, num encontro em que conseguiu marcar três (sim, é verdade três) golos.
Mas volto a dizer, o Benfica conquistou um ponto porque, em jogo jogado, o Rio Ave esteve melhor e merecia a vitória. Essa é a dura realidade.
E não vai ser porque (1)não tem qualidade suficiente no plantel, (2)não tem “estofo de campeão”, (3)tem uma “massa” associativa excessivamente exigente e, talvez a mais importante, (4)não tem qualquer tipo de projecto a médio prazo.

1) Em relação ao plantel do Benfica tem jogadores de qualidade - Simão, Petit, Miguel, Moreira, Luizão - e tem jogadores acima da média - Nuno Gomes, Manuel Fernandes, Ricardo Rocha, Karadas, Sokota, Fyssas (reconheço que alguns destes nomes são discutíveis, mas tratam-se de jogadores que já mostraram “serviço” e “serviço de qualidade”).
Depois tem outros jogadores que por lá andam que, ou têm qualidade mas nunca chegam / chegarão a suportar o peso da camisola ou não têm qualidade pura e simplesmente. Daquilo que vi no jogo de ontem achei que não havia nenhuma opção evidente para o “Trappa” tomar que pudesse inverter o rumo do jogo. Achei, isso sim, que o “onze” escalonado para o jogo devia e podia dar conta do recado.
2) Isso leva-me ao segundo ponto que é o de termos uma equipa sem estofo. Isso resulta não só da falta de qualidade no plantel mas também da falta de capacidade de motivação, de liderança dentro e fora do relvado.
Dentro do relvado, o Benfica tem um craque na equipa que não é um líder, nem nunca será. O Simão é um excelente jogador, que está muitos furos acima de qualquer outro jogador que está (ou esteve nos últimos 10 anos) no Benfica. Mas não é líder, não é capitão, nem nunca será. Por isso, não se deve exigir isso dele. E ontem, pelo andamento do marcador, com um líder forte dentro do campo, uma equipa nunca se desmoronaria daquela forma.
Fora do relvado tem um treinador com um dos melhores currículos do Mundo que já está em curva descendente na sua carreira. Tem uma visão do futebol defensiva e cima de tudo, não aparenta criar qualquer tipo de empatia com os jogadores.
O que Trappa aparenta ter a mais do que Camacho (cultura táctica, fruto do seu “currículo” inquestionavelmente valioso) não parece compensar a incapacidade em motivar os jogadores, em imbuí-los de uma mentalidade ganhadora. É evidente que é importante estarmos alerto para os “perigos” quando estamos lá em cima, como “Trappa” sistematicamente alerta. Mas não devemos ter qualquer receio de lá estar. Quer se queira, quer não, pressão existe e existirá sempre em alta competição. E para se ser vencedor tem que se saber conviver com essa pressão.
A atitude demonstrada pelos jogadores em campo foi a de um enorme pânico em desaproveitar a oportunidade de vencer o jogo e tornar-se líder isolado do campeonato. A atitude que deveriam ter tido era de uma enorme vontade em vencer o jogo e tornar-se líder isolado do campeonato.
E essa atitude tem que ser incutida pelo treinador.

3) O terceiro aspecto está relacionado com a “massa” associativa, com o seu grau de exigência.
Na última época em que segui o Benfica indo à Luz sistematica foi, por sinal, a época em que fomos campeões. Lembro-me do sofrimento vivido em cada jogo pelos jogadores, pelo treinador, pelos sócios, pelos apoiantes. Ganhámos vários jogos nos últimos minutos, estávamos com a “estrelinha” de campeão.
Mas tínhamos jogadores de qualidade, tínhamos um técnico com “carisma” (fosse ele natural ou ajudado álcool) e tínhamos um público que apoiava a equipa.
Jogar na Luz era um drama para as outras equipas.
Hoje em dia isso não se passa. Na verdade, desde há 10 anos que isso não se passa.
O Benfica fez, nas últimas três temporadas, tão bons (ou até melhores) resultados fora do que na Luz.
Estranho? Eu acho que não.
O Benfica não é (muito) assobiado e muito menos contestado quando joga fora, tem até bastante apoio (excluíndo Alvalade, Antas, Guimarães e Setúbal, parece-me). Diria até que é regularmente bem apoiado.
Curiosamente, na Luz, em todos os jogos que eu me recordo ter ido ver nas últimas épocas (Moreirense, Nacional, Herenveen, Marítimo, Molde, Rosenborg entre outros), os apoiantes do Benfica nunca conseguem estar com a equipa os 90 minutos. Nem 60 minutos. Nem 30.
Não me lembro de ver nenhuma equipa campeã, com um público numeroso que não a apoia. A não ser o Boavista.
Se essa incapacidade em estar com a equipa é reflexo do fraco futebol demonstrada não sei e, honestamente, nem é esse o ponto. O ponto é que quando a equipa não está bem precisa dos seus apoiantes, do seu público para dar a volta por cima, para resolver a situação.
E nesses momentos, o Benfica não pode contar com o seu público, tal como ele se encontra.

4) Isto leva-me a última das debilidades (para mim, a principal) Benficae que é a de haver uma aparente ausência de projectoa médio prazo.
Eu acredito que o Benfica, conduzido de uma forma capaz, possa ambicionar a estar entre o cinco maiores da Europa.
Tem um número muito significativo de apoiantes, movimenta muito dinheiro, tem uma marca forte (mesmo a nível internacional) e uma tradição no futebol equiparável a poucos clubes a nível mundial.
Não se compreende, por isso, o porquê do autêntico descalabro que têm sido estes últimos 10 anos. A não ser que se façam algumas perguntas, eventualmente pertinentes.
Formação de novos talentos? Há quanto tempo o Benfica não faz um “craque”?
Moreira, Manuel Fernandes e Hugo Leal, a níveis diferentes foram do melhorzinho que saíu do Benfica neste período.
Política de aquisição de jogadores? Com a instabilidade ao nível dos treinadores, com os interesses instalados ao nível directivo e com um poder financeiro muitoo enfraquecido, contam-se pelos dedos das mãos as “boas contratações” feitas pelo Benfica. E contam-se pelos dedos de uma mão as contratações de verdadeira qualidade feitas neste período – Preud’Homme, Enke, Van Hooidjonk, Simão, Nuno Gomes. Falta talvez o Gamarra, mas nem deu para aquecer o lugar...
Gestão da Comunicação Social? Quantas “vozes” conhecem no FCP? Eu lembro-me de uma.
No Benfica conheço / conheci várias, porque regularmente aparece / aparecia uma nova - António Sala, José M. Antunes, Cunha Leal, Ribeiro Soares, JVA, LF Vieira, José Veiga, Vítor Santos, João Malheiro. Quem é que manda neste Benfica?
Centro de estágio? Qual é o problema em ter um (um??!!!) campo de treinos próprio? Aparentemente deve haver algum porque o Benfica não tem. E nesta época voltámos a ter muitos jogadores lesionados. Coincidência?
Gestão do património? O Benfica é um clube que vive dificuldades financeiras e depende, por isso, do sistema finaceiro. Por quanto tempo conseguiremos ter credibilidade junto deste sistema, tendo delapidado os Milhões de contos (e muitos mais euros) de patrimónios nestes últimos anos. Nem o condicionamento de receitas futuras – que ainda não tivemos(!!!) – nos safará nessa altura.
Deixo-vos aqui a minha visão, construída no calor do momento, e com mais uma (a última certeza): espero, sinceramente, estar completamente enganado quanto à minha certeza do Benfica.

 

Quod Erat Demonstratum

Para quem teve a oportunidade de ver o jogo do Glorioso com o Rio Ave, ficou provada, através da lógica, a minha teoria (já aqui explicada) de que o Argel é uma personagem de ficção, o que dificulta de maneira inultrapassável o seu posicionamento em campo (quando não se existe, é difícil cortar lances do ataque adversário). Não sei se fique satisfeito (por ver a minha teoria demonstrada) ou particularmente irritado com quem estruturou uma equipa com base em personagens de ficção e banda desenhada.

 

Cultura

Há umas semanas atrás, a propósito de uns assobios ouvidos pela massa associativa Trap acusou-(n)os de falta de cultura.

Sinceramente, não sei a que cultura é que a velha (para tornar as coisas mais simples, em vez de me referir a Trap como a velha raposa, usarei apenas o termo “velha“) se estava a referir, mas concerteza não deve ser aquela que nos permitiu descobrir pelo menos dois meses antes da equipa técnica que o Paulo Almeida não tem qualidade para jogar futebol numa equipa profissional.

Aliás, apesar da avançada idade, a velha tem algum potencial para aprendizagem, uma vez que volvidos dois meses, de jogador “fetiche”, Paulo Almeida passou a quinta opção, atrás do “coice de mula” e do Bruno Aguiar.

A cultura que a velha tanto apregoa e que a mim me falta, deve ser aquela não me permitiu compreender a razão da substituição de Karadas por Bruno Aguiar, numa altura em que a equipa do Rio Ave tinha acabado de marcar o segundo golo. Convém acrescentar que a equipa do Rio Ave também não deve ter percebido, porque em vez de entregar o controle do meio campo ao Benfica (como era certamente a intenção da velha), teve a ousadia, a raiar a má educação, de empatar o jogo e não permitir que o Benfica se voltasse a aproximar da sua baliza. Cheira-me que não devem ter grande cultura...

Rapidamente se chega à conclusão que a cultura de que a velha tanto fala, não é a cultura desportiva, futebolística, nem mesmo táctica, mas sim a cultura do medo, da mediocridade, da arrogância e da incompetência. Deve ser essa que nos está a escapar a todos..

A velha não percebe que ao fazer uma substituição daquelas, está a dizer que está com medo, o que acaba por condicionar não só a própria equipa, como também a equipa adversária. O Rio Ave, que mostrou ser um conjunto ambicioso e com qualidade (à imagem das equipas treinadas por Carlos Brito), mal sentiu o cheiro de sangue, não poupou a sua vítima. Os estragos poderiam ter sido bem maiores.

Para além de ter sido desajustada em termos tácticos, a substituição pecou ao escolher o protagonista errado. Sem brilhar, Karadas vinha sendo o melhor avançado do Benfica, com Sokota a mostrar-se trapalhão, perdulário e sem confiança. O Geovanni nem se viu na segunda parte e o Miguel, claramente inferiorizado do ponto de vista físico, nem da linha do meio campo passou.

Para além de medrosa, a velha é incompetente.

Hoje, a velha diz que a “fadiga causou falta de lucidez”. Partindo do principio que ele não se estava a referir aos jogadores (que não jogam desde sábado passado), só posso aconselhar a que modere a quantidade de exercício físico que anda a praticar, porque já não é um homem novo.

 

Permuta

'Equipa com treinador medroso, cobarde e burro troca este por treinador jovem, corajoso e inteligente de equipa adversária'. Poderia ser um anúncio de jornal, mas não é. É a minha vontade.
Não dá para trocar o Trapattoni pelo Carlos Brito?

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