quarta-feira, fevereiro 21, 2007

 

Não andamos a dormir, pá (como diria o Jorge Sampaio, pá)

Desengane-se quem pensar que a nação benfiquista anda a dormir no que respeita ao circo da contratação do João Pinto pelo Sportem.
Estamos só à espera. Porque há – claro que há – um particular gozo na exposição de aldrabões que andam há demasiado tempo a apregoar até à náusea a sua condição de ‘sérios’, ‘honestos’ e ‘arautos da moral e bons costumes’.
Primeiro venderam a ideia que a contratação foi a custo zero. E como a operação foi feita pelos ‘sérios’ e ‘honestos’ dirigentes da lagartagem exactamente no auge do histérico frenesim de repetição dessa condição ‘ad nauseam’ – dever-se-ia suspeitar à partida de quem reclama para si de 5 em 5 minutos o referido epíteto, numa sôfrega tentativa de afirmação – a ‘séria’ e ‘honesta’ imprensa desportiva deste país acreditou e nem questionou.
Claro que acreditou: quem afirma com tanta veemência a sua seriedade deve ser sério, não é? A séria imprensa portuguesa sempre achou que sim. Neste país, já se percebeu, a estratégia que vinga é repetir até à exaustão uma ideia, por mais distante da realidade que seja, até ela estar de tal modo inculcada na opinião pública que se torna uma verdade implícita.
Depois, bastante mais tarde, a muito custo e porque se descobriram várias carecas, admitiram que tinham pago uns belos milhões a uma off shore sem saberem muito bem porquê. Mas o culpado era o Veiga. Porque sim.
Depois, ainda se descobriu que 850.000 Euros ainda estavam no Sportem, porque (numa desculpa esfarrapada do mais intelectualmente desonesto que já vi) este nunca recebeu ‘um recibo’, que por acaso até é uma coisa que só se recebe no acto do pagamento.
E o que é que se descobriu mais? Que afinal havia dois contratos entre o João Pinto e o Sportem, mas que a Avestruz de Alvalade e os restantes queques gangsters devem ter assinado o segundo depois de almoço, porque se ‘esqueceram’. Que o pagamento da assinatura da transferência se fez sob o capuz de direitos desportivos por razões fiscais. Que poderá ter sido o Sportem a sugerir ao João Pinto que fizesse o pagamento para uma off shore chamada Goodstone. E que o próprio João Pinto já disse inclusivamente à PJ que mentiu nas declarações iniciais para ‘proteger’ o Sportem. E que, portanto, a transferência ‘a custo zero’ do João Pinto já lá vai nuns milhões muito jeitosos. E que, afinal, o Veiga não é o representante de Satanás na Terra.

O que é que se retira daqui? Que além de incompetentes, invejosos e burros se confirma que os dirigentes da lagartagem são aldrabões, como já todos nós sabemos há muito tempo. Vivem das aparências, fidalgos falidos ‘fura-vidas’ aldrabões com a conivência de uma comunicação social de esgoto, que é o espelho do país de esgoto em que vivemos, sob o signo da inveja e do anti-benfiquismo primário.

E, no entanto, temos que ter pena. E tratá-los com a condescendência própria com que se trata os pobres de espírito. Coitados. É que, além de tudo isto (ou exactamente por causa disso), são do Sportem, que é a maior tristeza que se pode ter (pior do que ser o Cláudio Ramos, de se ter nascido com a cara do Miguel Sabugo Tavares ou de se descobrir que um filho nosso gosta de Delfins).


p.s. numa semana em que o Porco da Costa foi constituído arguido em mais um processo relativo ao Apito Dourado (associado a um Nacional - Benfica de há curtas épocas atrás) quem é que o provecto, insuspeito e 'sério' José Anti-benfiquista Lima coloca 'a descer' na sua insuspeita e 'séria' crónica (inserir gargalhadas enlatadas) n'A Bola? Tcharam! Acertaram: Luís Filipe Vieira.
Faz sentido. Pelo menos o homem é coerente: é consistentemente anti-benfiquista (não é só de vez em quando).

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