quinta-feira, janeiro 13, 2005

 

No topo - O Ninho das Águias na TV

Ficámos a saber que O Ninho das Águias teve direito a exposição televisiva num programa desportivo da RTPN (Liga dos Últimos - Quarta-feira às 23h, com repetição na madrugada da Sexta-feira, às 2h), numa reportagem sobre blogs, mais especificamente num trecho sobre blogs genialmente inteligentes, com posts estrondosamente perspicazes, audaciosos e brilhantes, que mudam para sempre a vida das pessoas (transcrição fiel do exposto no programa). Aliás, durante a apresentação do nosso blog, e perante a esmagadora e transcendental genialidade - quase religiosa - do mesmo, o jornalista encarregue da peça desmaiou em êxtase.
Estamos no topo. Melhor que isto só mesmo ir ao Cabaret da Coxa.

Queremos aqui sossegar os nossos leitores e assegurar que não deixaremos que a fama e o dinheiro nos subam à cabeça (basicamente porque não temos qualquer dos dois). Continuaremos a ser o mesmo blog cáustico (como a soda) e irreverente (como o...bom, não me lembro de nada).

E agora desapareçam-me da frente, seus tristes sem exposição televisiva.

 

Piada da Semana

Em declarações à imprensa, o nosso presidente afirma que "não temos rios de dinheiro, por isso não podemos errar".

A minha pergunta: será que o Benfica nadou em rios de dinheiro até Setembro e eu não dei por nada?

Luís Filipe Vieira vai mais longe, dizendo que o actual plantel tem "lacunas".

ndr Lacuna: Gajo que não podia jogar na segunda divisão distrital de Santarém, nem que o pai fosse o presidente da junta e oferecesse um estádio novo ao clube só para porem o filho a jogar....na equipa b.




quarta-feira, janeiro 12, 2005

 

Triunvirato Olá

É nas alturas em que nos sentimos mais fracos e em baixo que vamos dar mais valor ainda a quem nos dá uma mão (ou um pé, o que estiver mais à mão). Podemos apreciá-lo silenciosamente, sem darmos muito nas vistas, mas fica sempre um agradecimento profundo.

Eu espero que este post crie nos vossos corações benfiquistas o mesmo tipo de sentimento por mim, eu vou merecê-lo. Ou não.

Assim sendo, seguindo a lógica de alguns posts anteriores aqui da casa do NdA, penso ter descoberto, em primeira mão, qual o próximo reforço do Benfica.

Temos o magnífico Azar Karadas, por quem eu nutro uma simpatia considerável, jogadores com aquela garra há poucos. Pena o jovem ser meio tosco, às vezes parece que tem dois pés esquerdos... Daí o epíteto de Perna-de-Pau.

Fala-se muito de um jovem argentino que poderá ter como destino a Luz. Um dos nomes já por aí avançados, concede-lhe a épica griffe Super-Máxi.

Seguindo esta lógica, o próximo reforço do Benfica só pode ser um: Calado.
Para completar o Triunvirato Olá do Benfica. O Calippo.

segunda-feira, janeiro 10, 2005

 

Post Scriptum

Isto independentemente de se perder com clubes de segunda e com golos marcados por prostitutas brasileiras com queda para o teatro.

 

Um desastre anunciado

Menciona-se hoje na imprensa desportiva, com algum espanto, que o Benfica está em queda vertiginosa, tendo apenas ganho quatro dos últimos 11 jogos e não vencendo fora desde 3 de Outubro (!!). Isto após um período de estado de graça em que ocupou regularmente o primeiro lugar, chegando a uma vantagem com algum conforto.
A referida queda só constituirá uma surpresa para quem não seguiu atentamente os jogos do Benfica nessa fase e para quem ainda não percebeu como funciona a cabeça de Trapattoni. Quem, como eu, foi assiduamente ao estádio da Luz ver os jogos em casa e seguiu atentamente os jogos fora pela TV estava perfeitamente ciente que era apenas uma questão de tempo até isto acontecer. Isto porque as vitórias que se registavam eram elas próprias conseguidas (tirando uma ou duas excepções) num espírito geral de mediocridade, segurando, com medo, parcos resultados contra equipas claramente inferiores e sem valor, com recurso a um futebol feio, desconexo e que parecia claramente fortuito nas coisas boas. Tratava-se de uma liderança artificial e fantasma.
As minhas críticas públicas a Trapattoni são conhecidas. É um treinador sem alma e muito pouco inteligente a nível emocional. Sintomático disso mesmo é a sua absoluta falta de empatia com os adeptos (a quem ele não reconhece ‘cultura táctica’)e o facto de não perceber que isso é uma parte muito importante do que significa ser treinador de um clube ‘grande’. Mas mais grave que a falta de empatia com os adeptos é a absoluta e total falta de empatia que demonstra com os jogadores, não detendo a mínima capacidade de motivação destes.
Trapattoni foi um bom treinador (nunca muito agradável de seguir, mas um bom treinador) porque treinou equipas compostas por excelentes jogadores, em que a táctica do ‘colocar em campos os melhores jogadores e eles devem resolver o assunto’ era uma táctica adequada. A equipa do Benfica não é composta de grandes jogadores, temos de o perceber. Exige outro tipo de aproximação e de estratégia.
Um bom treinador, um treinador inteligente, faz um diagnóstico das situações e escolhe os métodos e estratégia adequadas. Percebe o tipo de matéria-prima com que tem de trabalhar e age em consonância, adaptando os seus métodos e estratégias, redescobrindo no processo as suas próprias convicções e, porque não, aprendendo com esse mesmo processo.
Trapattoni é um erro de casting. Um diagnóstico inteligente do estado de maturação da equipa do Benfica no final da época passada demonstraria que um treinador como Trapattoni era um erro.
E é um erro que acontece na pior altura. Havia uma equipa fabricada por um trabalho de dois, três anos, unida e com mecanismos que começavam a dar frutos. Com um treinador capaz e emocionalmente inteligente, era possível a equipa estar motivada. Um treinador motivado, jovem, ambicioso, com vontade de mostrar trabalho, e de se questionar permanentemente. Um treinador com garra, capaz de agarrar no trabalho desenvolvido e motivar os jogadores. Não um treinador acomodado, perro de ginástica mental, agarrado a velhas crenças e princípios.
Não um treinador que, apoiado num currículo construído no comando de grandes jogadores, e em tácticas e métodos datados e obsoletos, ache que nada tem a demonstrar e, no alto da sua arrogância, se permita achar que nada tem a aprender e que quem o crítica não possui ‘cultura táctica’.
É triste que tudo isto aconteça num ano em que o segundo lugar garante o acesso à Liga dos Campeões. Soa a desperdício.

Tudo isto é particularmente óbvio. Percebe-se que admitir o erro é admitir, nalguma medida, o fracasso do projecto construído no início do ano pelo director desportivo. O que não pode acontecer é que, para proteger o orgulho de alguns que caíram no Benfica de páraquedas, se sacrifique a equipa e o mais valioso património que o clube tem: o imenso orgulho que os adeptos têm em ser do Benfica. Hoje a equipa nunca joga com garra, com querer, no comando do jogo.
Há que reconhecer o erro antes que seja tarde demais. A inteligência e perspicácia no comando e gestão de um clube (bem como noutra qualquer organização, mas num clube com maior ênfase, porque se vive permanentemente no curto prazo) vive muito da rapidez de raciocínio e de uma certa medida de humildade, que se traduz na rápida assunção e digestão dos erros, para se recomeçar o mais cedo possível. É urgente que isto se faça no Benfica, antes que haja um divórcio ainda maior entre os adeptos e a equipa. Os jogadores, no ano passado, bem dirigidos e motivados, deram uma boa resposta. Este ano vemo-los arrastarem-se no campo, sem chama. Até na baliza, o sector mais cimentado da equipa e onde temos o Moreira, o melhor guarda-redes português e que normalmente defende golos feitos, já não há certezas.

Há que nos devolver o orgulho de sermos do Benfica.


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