segunda-feira, novembro 29, 2004

 

And now for something completely different II - A Trongónia

Esta semana - e isto não tem nada a ver com a maneira como correu o fim-de-semana futebolístico (é apenas uma curiosa coincidência) - decidi, imbuído de um espírito de permanente renovação e dinamização do blog, alargar o âmbito deste à exploração do maravilhoso mundo animal e natural, numa aproximação à perspectiva ‘National Geographic’. A ideia é de algum modo atribuir ao blog uma carga pedagógica no sentido de que os leitores possam extrair daqui algum valor acrescentado (ou não).

Hoje iremos conhecer uma obscura nação da África Central: a Trongónia.
A Trongónia é um país (ou nação – aqui a doutrina diverge) de cerca de 2,5 milhões de habitantes, literalmente entalado entre o Burundi e o Malawi, ali como quem vem da Zâmbia. Nas palavras de um nativo, ‘sai-se do Burundi, vai-se sempre em frente cerca de 2 ou 3 Km, vira-se na segunda à direita e é a seguir à bomba de gasolina’. Apesar de oficialmente a população atingir os 2,5 milhões, em diversas visitas ao país, vários exploradores foram incapazes de encontrar mais de 15 pessoas, o que motivou o célebre artigo ‘Onde estão o raio dos trongoneses?’ publicado pelo famoso antropólogo Antrop Ólugu na revista ‘Cheap Science’. A correcta forma de denominar os habitantes da Trongónia foi, inclusivamente, objecto de acesa polémica a nível da Royal Geographical Society, com a facção de Sir Ars Hole a defender o uso de ‘trongónios’ e a facção de Sir Imb Ecile a defender o uso de ‘trongoneses’. A polémica desencadeou um apaixonado confronto, tendo sido distribuídas várias estaladas no refeitório do Sociedade, e inclusivamente caído ao chão uma taça de gelatina, um evento histórico que se passou a designar ‘A queda da taça de gelatina’.
Os trongoneses utilizam um sistema de governo rotativo, ou seja, o governo, nas horas de expediente, ocupa um carrossel. Desde a instituição da democracia, o governo já foi deposto cerca de 52.346 vezes, basicamente porque é bastante complicado manter o equilíbrio em cima do carrossel.
A Trongónia possui uma cultura rica, assente no culto do dedo grande do pé. Os chefes das tribos, que controlam a Trongónia rural (99,9999% do território), são escolhidos pela proeminência do dedo grande do pé direito (ou esquerdo, se tiver nascido às 14.30h de uma sexta-feira, enquanto esteja a tocar na rádio uma música dos Bee Gees). Os recém nascidos com uma evidente deficiência no dedo grande do pé são sacrificados à divindade que marca o culto religioso na Trongónia: ‘Toni’. Os sacrifícios consistem no visionamento da encenação do My Fair Lady através de mímica pelos anciãos da tribo (um recém nascido normalmente aguenta cerca de 10, 15 minutos).
Aos domingos, segundas, terças, quartas, quintas, sextas e sábados, a prática religiosa implica a ingestão de minis e tremoços ao som de música tradicional trongonesa (que consiste normalmente num conjunto de 4 trongoneses a imitar os Beatles com instrumentos virtuais). Os trongoneses são monogâmicos todas as sextas-feiras, das 15.30h às 15.35h, e o casamento é visto como uma instituição desnecessária (‘já temos a tortura e os sacrifícios’ aponta um trongonês).
Uma refeição típica trongonesa inclui um bitoque ou iscas, acompanhada da bebida alcoólica típica da Trongónia, uma exótica mistura de uvas fermentadas a que chamam de ‘vinho’.

Assim se conclui este episódico post de âmbito mais alargado e pedagógico. Não percam o próximo intitulado ‘A vida sexual dos bivalves, ali para os lados do Índico’, no site dos Alcoólicos Unânimes (ver secção de links deste blog).


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