quinta-feira, dezembro 02, 2004

 

O Papão

O Beveren, esse gigante belga, comeu 5-1 do Estugarda e 6-1 do poderosíssimo Dínamo Zagreb, que veio à Luz ver o Estádio e passear por Lisboa.
Afirmações de Trapattoni, à imprensa: ‘O Beveren não vai ser fácil. É uma equipa jovem, muito jovem, que jogará com entusiasmo, muito entusiasmo. É natural que assim seja, pois o adversário é famoso. Já avisei os meus jogadores disso mesmo. Até porque os meus jogadores também são jovens."
Trapattoni insiste que o Benfica "deve respeitar o adversário" e realça a velocidade com que o Beveren "sai para o contra-ataque".’
O jovem Trapattoni vai, inclusivamente, colocar Bruno Aguiar em campo com o propósito específico de lidar com um extremo-esquerdo poderosíssimo que o Beveren terá. Será o extremo-esquerdo que fez a vida negra ao Estugarda e ao D. Zagreb, e que impediu que estes chegassem aos 6-1 e 7-1? Ou o responsável pela 'velocidade com que o Beveren sai para o contra-ataque', e que lhes permitiu a fabulosa marca de 11 golos sofridos e 2 marcados?

Imagino que o jovem Trapattoni, que se deve ter esquecido dos tomates nalgum sítio por onde andou a passear, se borre de medo todos os dias de manhã. Acorda, levanta-se para ir à casa de banho, olha para o espelho e apanha um cagaço tridimensional: ‘AHHHH!!! Quem é este gajo??!! Leva tudo o que quiseres, mas não me faças mal!! E pára de me imitar!!’

Se não temos um discurso agressivo antes de um jogo contra um Beveren, quando é que teremos?? Quando jogarmos contra a Sociedade Filarmónica da Merdaleja? Quando é que se perde o medo de ser favorito? Quando é que se enfrenta um jogo de peito aberto? Quando é que se aceita o peso das camisolas do Benfica? Quando é que se tem coragem?

Há que ter estofo de vencedor para se criar uma mentalidade ganhadora. Não se vai longe a ter medo de tudo o que se mexa. E também não ajuda colocar sistematicamente o jumento do Paulo Almeida (essa absoluta não-entidade) a jogar, quando até a senhora que lava as escadas do meu prédio sabe que esse estropício não pode jogar à bola no Benfica.

Perdoem-me o desabafo. Estou farto.
Felizmente, a lagartagem voltou ao que sabe fazer melhor (perder), para dar um certo ar de normalidade à coisa.

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