quinta-feira, fevereiro 24, 2005

 

O Mundo Segundo Trap

Como já deu para perceber, para quem esteja minimamente atento às (infelizmente) prolíficas declarações de Trapattoni, o venerável senhor ou está irremediavelmente perdido para as garras cruéis da senilidade, ou vive num mundo muito próprio, onde os personagens, acontecimentos e factos só existem na sua mente, como um monumental trabalho de ficção. O professor Tolkien construiu o maravilhoso mundo do Senhor dos Anéis. Trapattoni construiu, na sua cabeça, ‘O Mundo Segundo Trap’. A diferença essencial é que o primeiro é um inultrapassável trabalho do génio humano, um epopeico e magnífico trabalho de ficção, e o segundo uma construção medíocre de uma mente doente.
Neste Mundo Segundo Trap não existem Hobbits nem Orcs, mas compara-se o Paulo Almeida com o Platini, não se conhecem os jogadores do próprio plantel nem os treinadores das equipas adversárias, as equipas da III Divisão constituem ameaças mortíferas, quando se perde por 2 ou 3 começa-se logo a pensar no jogo seguinte (especialmente se for contra equipas pequenas), acha-se que os adeptos e sócios são uns imbecis e que não têm cultura táctica, os relvados são bodes expiatórios para camuflar o facto de não se treinar a equipa e nunca se efectuam substituições que façam sentido. A mais recente entrada para este onírico universo é mais um delirante produto da intrincada massa encefálica do sr. Trapattoni. A propósito da contestação quanto à titularidade de Quim na baliza do Glorioso, a velha (raposa) tem a delirante desfaçatez de afirmar que ‘primeiro os adeptos queriam que saísse o Moreira e entrasse o Quim...’. Vamos lá esclarecer uma coisa, caro e provecto sr. Trapattoni: as vozes dentro da sua cabeça não são classificáveis como ‘adeptos’. Há medicação para isso, e devia continuar a tomá-la.
Mais adiante, na conferência de imprensa, enquanto tentava fazer uma chamada telefónica com uns dos microfones à sua frente, teve ainda tempo para, algures no meio de uma brilhante dissertação sobre o momento da equipa, atirar esta pequena pérola: ‘eu penso que atitude é que não nos falta’.
Faça-me um favor, sr. Trapattoni, e não pense.

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