segunda-feira, abril 18, 2005

 

A Grande Mentira



O que saiu no Expresso no Sábado não foi mais que a confirmação, mas agora no jornal com maior reputação de credibilidade no país, de tudo o que já se sabe sobre o processo do Apito Dourado e do que o Porco da Costa andou a seu bel prazer a fazer no futebol nacional há mais de 20 anos. O que se conseguiu apurar não é mais do que a ponta do icebergue, uma pequena amostra de toda a sujidade que este cancro terá feito ao longo de todos estes anos. Imagine-se: se fez o que fez para um jogo do FC Porco com o E. Amadora (teoricamente pouco complicado), o que não terá feito noutros jogos, e especificamente contra o Benfica? Quantas prostitutas não terá pago, quantos favores não terá feito, quantas viagens não terá facultado a todos os árbitros que arbitraram jogos nas Antas contra o Benfica e a favor das equipas que jogavam contra o Benfica (como fez no Nacional – Benfica)? Com quantas prostitutas (café com leite, sem leite, torradas ou tostas) terá o Olegário Benquerença sido presenteado face à sua brilhante exibição este ano na Luz?
Todas estas histórias, todas estas suspeições, todo este jogo de corrupções é conhecido pela opinião pública há anos e anos. Fala-se nos cafés, fala-se na rua, fala-se nos estádios. Alguém que conhece alguém que sabe ou que viu provas das histórias de corrupção. O fulano tal que conhece o árbitro tal, que recebeu viagens ou ofertas do Porco da Costa. O Guarda Abel, que espancava dirigentes do Benfica no Estádio das Antas (e disto existem testemunhos além de qualquer suspeição). Os capangas, guarda-costas e biltres a soldo do Porco da Costa, à semelhança de um filme de gangsters.
Tudo isto se sabia, de tudo isto havia pontas por onde pegar, fios por onde começar investigações. Porquê só agora? As revelações agora vindas a público só serão novidade para quem não seguiu os campeonatos dos últimos 20 anos. Para quem não viu e não sofreu amargamente com jogos roubados, verdades escamoteadas, cumplicidades asquerosas.
De vez em quando (muito de vez em quando), claro, para não ser demasiado evidente, deixar-se-ia outro clube ganhar um campeonato, far-se-ia uma pressão um pouco menor sobre os árbitros.

Agora o que fica para trás são anos e anos e anos de campeonatos viciados e sem qualquer verdade desportiva. O que fica para trás é um historial desportivo vazio, de mais de 20 anos de mentira. De esvaziamento da história do FC Porco, construída essencialmente nos anos 80 e 90. De uma história construída através do crime, da corrupção e da adulteração da verdade. Da traição ao futebol, aos adeptos e, sobretudo, ao próprio FC Porco.
Eu não acredito no futebol português dos últimos 20 anos. Eu não acredito nos títulos do FC Porco. Eu não acredito na verdade desportiva da época passada. Eu não acredito em grande parte da Superliga deste ano.
A questão é: quem acredita?

p.s. após tudo isto, e depois de se saber o que se sabe, o criminoso Porco da Costa, num esbracejar ridículo e que raia a loucura, teve ainda o desplante absolutamente gigantesco de mencionar novamente um ‘apito encarnado’, depois do Benfica-Leiria. Façam como aos cavalos nos westerns. Alguém tenha dó do homem e lhe acabe com o sofrimento.

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