quarta-feira, abril 20, 2005

 

O Voo da Águia




Quando a águia voa, majestosa, pela Catedral da esperança, o mundo fica suspenso, como se num olhar brilhante virado para o céu se concentrasse a fé e devoção de toda uma nação benfiquista. Quando a águia voa, sabendo que é bela, o mundo é, subitamente, silêncio, e tudo o que nos aflige, tudo o que nos dói, todo o sofrimento e toda a esperança, se concentram numa lágrima teimosa que beija a face à descida. É só a mim, que me chora a alma de emoção quando vejo a águia voar pelo Estádio e aterrar no símbolo do Glorioso?
Enquanto a águia voa, percebemos que as palavras vãs que nos ofendem, são, na verdade, incitamentos à revolta, pequenas gotas de encorajamento, palavras de ordem que nos fazem amar o Benfica ainda mais.
E quando o mais belo animal do mundo pousa por sobre o símbolo do Benfica, o mundo explode e o coração é uma fogueira sem açaime, que queima tudo, o mundo inteiro. Que arde como um sol glorioso, destapado pelo voo encantado da águia.

Um benfiquista nunca está sozinho. Quando tanta gente partilha o mesmo sonho e tem o mesmo desenho no coração, não faz sentido a solidão. Lembrem-se disto da próxima vez que o mundo parecer desabar por entre o cruel bailado de camisolas vermelhas num qualquer relvado.
A águia voa, imponente e nobre, sobre a mentira e podridão deste mundo e sussurra-me ao ouvido que há esperança e justiça. Oiçamos todos a águia. Não esmoreçam.

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