terça-feira, maio 31, 2005

 

Adeus, Trap. E muito obrigado.

É oficial. Trap volta para Itália.
Foram públicas as minhas divergências com a postura de Trapattoni, e com a mentalidade que incutia, em largos períodos da temporada. Também percebi que, a determinada altura, Trap percebeu onde estava e começou a acertar, o que se notou no espírito de união e na qualidade do jogo. Como já aqui disse, não sei se fruto de uma mudança de postura no treinador no ataque aos jogos, de uma mudança de atitude e motivação dos jogadores face às reais perspectivas de conquistar o título, da demorada maturação e assimilação do sistema de jogo, ou de uma combinação de todos estes factores, coadjuvados por um crescente brio pelo uso das camisolas cor de sangue, a equipa e o treinador mostraram um brilhante nível de maturidade em situações adversas, bem como uma melhoria efectiva na qualidade de jogo.
Também é certo que o período mais negro da temporada coincidiu com a ausência por lesão de um número considerável de jogadores titulares.
Apesar de tudo isso, houve jogos pouco consentâneos com o que é o Benfica e declarações infelizes que não perdoo. Não tenho memória curta e não sou o tipo de pessoa que, agora porque se vai embora, subitamente o considere o melhor treinador para o Benfica. É o meu treinador? Não é. Percebo e respeito-o, no entanto. E agradeço-lhe do fundo do coração toda a dedicação e esforço, porque os erros que fez não foram, obviamente, propositados. E como é óbvio, ninguém desejaria mais vencer no Benfica que ele próprio. Por isso, e por perceber que o pragmatismo que muito critiquei nalguns jogos (e continuo a achar que com razão, porque grande parte resultaram em derrotas) foi um dos pilares essenciais para a vitória noutros tantos (bem como o espírito de união que soube incutir), e para a conquista do 31º campeonato nacional pelo Glorioso, fico-lhe com uma dívida de gratidão enorme. Trapattoni é uma pessoa agradável, de bom trato, educado e simpático. Concorde-se ou não com as suas opções e com a sua aproximação ao futebol, tem de se simpatizar com a Velha Raposa.
E é o treinador que nos devolveu o título ao fim de 11 anos e, como tal, ficará na história do Benfica.

E por isso, Trap, e por toda a dedicação, um muito, muito obrigado. Até sempre.


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