quinta-feira, maio 12, 2005

 

Sonho profético

Esta noite tive um sonho em que era atacado pelo controlo remoto da TV, depois de um zapping frenético, e de passar por um canal em que várias peças de mobília de cerejeira encenavam 'O Jardim das Cerejeiras' de Tcheckov. Em pânico, decido fugir e sair porta fora, sem reparar que envergava um fato escuro com meias brancas, o que me vale uma estalada por parte de um transeunte com um gigantesco papa formigas estacionado em cima da cabeça. Em fuga, dá-me a fome e entro numa pastelaria, onde peço uma sandes de fiambre com pouca manteiga em pão de mistura. Quando o empregado me aparece, por engano, com um gigantesco camelo dentro de uma carcaça, perco e cabeça e vocifero: ‘bardamerda!! Eu pedi em pão de mistura!!!’. O empregado, indignado, refere que ‘pensei que também se fosse queixar do fiambre! Vem directamente de Marrocos!’ e baixa-se subitamente, aparecendo com um catalogador automático com o qual me cola uma etiqueta de ’€ 92,99’. Pergunto-lhe se ‘tinha de ser um preço não inteiro? Tinha??’ ao que ele me responde ‘você é que as pediu’. Fujo novamente e, depois de ser quase atropelado por um veículo estranhamente parecido uma nódoa que pus na gravata na semana passada, entro num estabelecimento pejado de néons que publicitam ‘Truta e fruta’. Rapidamente me apercebo que se trata de uma espécie de cabaret decadente onde, num palco mal iluminado, uma truta faz um número de sapateado (o que é espantoso, dado que não possui pernas) acompanhada do Manuel Monteiro vestido de tirolês. Desesperado, reato a fuga desenfreada pelas ruas até que me deparo com um indivíduo de aparência bizarra, com uma cabeça em forma de repolho e o resto do corpo em forma de banco de jardim , que me pede que pare e me aproxime, com recurso a linguagem gestual e a guinchos semelhantes aos da comunicação entre as baleias. Estranhamente percebo-o, mas sem razão aparente, dou-lhe com uma travessa de cozido à portuguesa na cabeça e afasto-me rapidamente, conseguindo ainda perceber o seu protesto: ‘malditos pinguins’. De repente, tudo à minha volta se transforma num gigantesco prato de sopa vazio e vejo um indivíduo num fato de pinguim aproximar-se muito lentamente (ainda assim, mais rapidamente que o Paulo Almeida), em quedas sucessivas, dado que o prato está muito bem lavado e ele usa chuteiras. Quando finalmente se acerca de mim, profere a enigmática frase: ‘as minhas amígdalas é que tinham razão’, após o que explode.

Quando acordei, achei claramente que isto era um sinal de que vamos ganhar o jogo com a lagartagem. Talvez me esteja a exceder na interpretação.

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