terça-feira, agosto 02, 2005

 

Os me(r)dia - Manobras de diversão

Sabemos, sempre soubemos, que o Glorioso é a maior fonte de receitas para o jornalismo português. Sempre será assim. Fala-se no nome do Benfica e as vendas de jornais aumentam exponencialmente, as bancas esvaziam. É um facto da vida, ‘we have to live with it’. E, como tal, os ‘jornalistas’ portugueses digladiam-se diariamente por notícias, pedaços de notícias, vislumbres de notícias relacionadas com o Glorioso. Quando não existem, quer porque o tranquilo dia-a-dia do clube não dá azo a escandaleiras, quer porque o balneário está blindado, há que as inventar. Doa a quem doer. Ridículo como seja.

Acontece que o interesse dos jornais pelo Benfica hoje em dia serve dois propósitos. O acima referido, relacionado com as vendas, e um segundo, mais obscuro, mais traiçoeiro, velhaco. A imprensa é manietada para filtrar a informação e o que publica por fazedores de opinião que detêm poder considerável nos media, e que o usam em função da sua filiação clubística (fundamentalismo será uma palavra mais acertada) e interesses pessoais. Só assim, e unicamente assim, se consegue perceber as notícias ontem publicadas na patética imprensa deste país, e depois exploradas pelas televisões (o pouco que havia para explorar) empolando artificialmente a importância de um assunto que nem assunto é. De uma notícia que, se objecto de reflexão por parte de gente séria, nunca notícia seria.

Para os ignorantes dos ‘jornalistas’, tenho a dizer que não existe nem uma, leiam outra vez, nem uma, hipoteca sobre jogadores do Glorioso. Porquê? Porque, pobres imbecis ignorantes, os passes dos jogadores não se hipotecam, penhoram-se.
Garantias associadas a montantes devidos sempre houve e sempre haverá. É a situação mais usual deste planeta, juntamente com o Avô Cantigas urinar na cama e o Porco da Costa ir às putas. Não é uma notícia. Nunca o será.

Para os benfiquistas, tenho a dizer que se trata de um montante absolutamente identificado no processo de construção do Estádio, e cujo montante real foi exactamente igual ao projectado. Não faz parte do Project Finance do estádio, mas é relativo a trabalhos adicionais para o estádio. Assim estava definido, assim foi cumprido. E vai estar, em breve, pago.

Perguntem-se. Se é notícia o Benfica ter associado como garantia, na maior das naturalidades, a um montante em dívida os penhores dos passes de alguns jogadores, porque é que não é notícia o Sporting ter toda a equipa penhorada (alguns mais do que uma vez), ou os salários em atraso por períodos superiores a três meses?
Ou porque é que não é notícia 70% das pessoas deste país terem associadas garantias aos seus empréstimos? Por duas razões. Primeiro, porque há coisas que certas pessoas não querem que se saiba. Segundo, porque, se não tem o nome do Benfica na notícia, não vende.

Qualquer dia será notícia cada peido que um jogador do Benfica der depois de comer uma feijoada. Mas percebe-se. Qualquer peido dado por qualquer jogador do Glorioso valerá sempre mais e será sempre mais notícia do que qualquer outra notícia sobre clubes patéticos com estádios em forma de lavabos públicos ou clubes com dirigentes que gerem antros de prostituição.

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