quarta-feira, novembro 23, 2005

 

O Bufo (Línguas de trapos, prostitutas e proxenetas)


Toda a gente sabe – todos nós passámos por isso, todos nós já os encontrámos em vários estádios da vida – que uma das espécies mais baixas e irritantes que há é o ‘bufo’, o ‘língua de trapos’. Na escola, o bufo era aquele traste que, por não conseguir ser como os outros, era corroído pela inveja, e como tal agia movido por um sentimento de inferioridade mesquinho e degradante (e acabava com divertimentos inócuos ao denunciar brincadeiras aos professores). Já nessa altura se consegue fazer ali uma leitura dos principais traços formadores da personalidade. Os línguas de trapos são, normalmente, e para a vida, pessoas de estrutura moral deficiente. Mexem-se na infâmia, banham-se no perjúrio. Não podendo ter o que desejam, não querem que mais ninguém o tenha. Deleitam-se, acima de tudo, na miséria dos outros.
Há, contudo, duas espécies de moluscos invertebrados delatores.
Há, por um lado, o bufo que, imbuído erroneamente de um espírito de missão, delata o que ele – de acordo com o seu sistema de valores distorcido - acha que são atitudes ou actos para ele condenáveis, no sentido de reparar o que ele acha que está mal. Repare-se, é um bufo cuja denúncia advém da sua leitura deficiente da realidade. Da sua percepção ferida do que é correcto e do que não é, da sua errada forma de impor o seu sistema de valores (normalmente enviesado) aos outros. Normalmente está errado, mas está plenamente convencido de que está a fazer ‘the right thing’.
E depois há outra espécie de bufo - mais baixo, corrupto, velhaco, traiçoeiro. O bufo que tem a perfeita e absoluta noção de que o que está a fazer não tem a mínima justificação moral nem qualquer enquadramento a nível de qualquer tipo de justiça, mas que o faz porque não olha a meios para atingir os seus fins, venenosos e amorais. O bufo que faz da mentira, da difamação e do aproveitamento da distorção de situações o móbil da sua denúncia. O mais nojento, asqueroso e vil bufo, língua de trapos, queixinhas, denunciante e difamador. Este língua de trapos normalmente usa até usa situações em que não tem nada a ver com o assunto para tentar prejudicar os outros. Este é o bufo que, na escola, se atira contra um poste ou uma porta e depois diz que foi ‘aquele menino que me bateu’. Este é o língua de trapos que denunciaria um judeu escondido no seu vão de escadas a uma patrulha nazi. Este é o queixinhas que denuncia ‘aquele indivíduo que passou fora da passadeira’, ‘aquele senhor que está sentado num lugar melhor do que o meu’, ‘aquele tipo com ar sujo e de pedinte que tirou uma maçã daquela bancada e fugiu’. Este, meus amigos, é o tipo que denuncia falsamente o melhor amigo para ficar com a mulher deste ou os seus bens num qualquer drama cinematográfico, é o Rei Stuart dos Bravehearts deste mundo, é o Judas na sua versão mais baixa. É o mais baixo expoente da espécie humana, que semeia a discórdia e a mentira através de ardis e conspirações maquiavélicas e abjectas, destinadas - única e simplesmente - a prejudicar os outros. Porque isso os deixa felizes. O mal de quem eles invejam.

Vem isto a propósito – adivinharam – da denúncia do FCPP ao gesto do Nuno Gomes no jogo com o Braga. Uma hipocrisia asquerosa, mas no fundo uma atitude que define o FCPP. Repare-se: no jogo com o Braga. Não com o FCPP, porque nesse foram comidos e não houve sequer lugar a gestos.
O FCPP (FC Putas e Proxenetas – a partir de agora é assim que a eles me refiro) sempre foi um antro de imoralidade, desonestidade, mentira e ódio. Sob o comando do Porco da Costa e dos seus acólitos, o FCP metamorfoseou-se num clube regional vergado ao ódio irracional a um Sul que não faz sentido (sendo o país pequeno como é) e que fez dessa sua fabricada rebeldia face aos poderes que vendia como instituídos, a sua bandeira e a sua matriz ideológica. Um clube que, ao invés do desportivismo e valores elevados de competitividade, tem na sua razão de ser um ódio e complexo de inferioridade que, paradoxal e ironicamente, são o principal açaime da sua expansão. A principal razão da sua pequenez.

Depois de décadas de mentira, crime, intimidação, violação da verdade desportiva, subornos, corrupção, violência organizada, campanhas de difamação, rebuçados, galões, viagens ao Brasil, guardas Abeis, claques de criminosos e da cultura do ódio e do medo, o FCPP é agora também - e de modo a passear por todas as vertentes da corrupção do espírito humano – um bufo. Da pior espécie, não da primeira.

É um clube que se consome na sua própria cultura do ódio. Já não me irrita, nem me revolta, nem me enoja. Mete-me apenas pena. Muita pena.


p.s. mete-me pena, também, porque conheço gente boa do FCP. E que não são isto, esta escumalha que se banha no ódio.

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