quarta-feira, maio 31, 2006

 

Beto, o Messias

O jovem Beto (aquele moço que me traz invariavelmente à memória o saudoso anúncio do restaurador Olex – ‘um preto de cabeleira loura…’) oferece uma comparação, no mínimo engraçada - e sintomática do seu apego à realidade - nas páginas do pasquim dos Oliveirinhas de ontem. Inquirido sobre o desagrado dos adeptos benfiquistas na época transacta no que respeita à sua peculiar forma de testar o limite de stress cardiovascular do comum benfiquista, o moço diz que ‘Em qualquer clube que um jogador chegue, há sempre adeptos que gostam dele e outros que não. Se Jesus, que é Jesus, não agradou a toda a gente, porque Beto tem de agradar?’ (atente-se aqui no elegante preciosismo formal da utilização da 3ª pessoa do singular para se referir a ele próprio – fica sempre bem).

Pois bem, parece-me que o jovem terá sido um tudo nada exagerado na comparação, até porque há ligeiras diferenças (pouca coisa) que, assim de repente, se nos oferece sublinhar. A saber:

- Jesus transformou água em vinho. O Beto, por seu lado, bebe vinho (em quantidades excessivas, se tivermos em conta as suas declarações). E quanto muito, transforma-o em algo parecido com água, mas apenas quando o passa pela via urinária;

- Jesus andou sobre a água. Já o Beto mete água por todo o lado por onde anda;

- Jesus curava os doentes. O Beto, por seu lado, põe 14 milhões de pessoas doentes;

- Jesus era seguido por multidões. O Beto também, mas é para o agredir;

- Jesus pregava aos seus discípulos. O Beto prega sustos aos colegas;

- Jesus, pelo que nos é dado a ver nos filmes e afins, tinha uma dentição perfeita. Ao Beto faltam-lhe dois dentes da frente.

Sejamos justos, no entanto. Também haverá alguns pontos de convergência. Jesus era carpinteiro e o Beto tem dois troncos no lugar das pernas.

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