quarta-feira, julho 19, 2006

 

A FIFA e o Cabeçudo - Ensaio sobre a Hipocrisia


Acabada que está a porno-chachada a que chamam Campeonato do Mundo, organizada pela maior organização de prostitutas e proxenetas do mundo, tiram-se (excelente prestação lusa à parte) as ilações do costume e confirma-se o gigantesco balde de esterco que é o futebol mundial.
O Zidane, que tem tanto de excelente jogador como de grandessíssimo canalha - e que ao longo da carreira já teve mais gestos anti-desportivos que todos os jogadores da selecção portuguesa juntos (e olhem que temos lá alguns que passaram pelo FC Porco, portanto trata-se de um feito) - ganha o troféu de melhor jogador depois de ter tentado bater o recorde mundial do lançamento do Materazzi (quando as razões que deram para a não eleição do C. Ronaldo como melhor jogador jovem foram exactamente questões de fair-play – coerente, portanto..).
Repare-se, não estou particularmente irritado com o que o Zidane fez. Será normal, qualquer jogador perderá a cabeça de vez em quando, não há ninguém de ferro. Trata-se, no entanto, de um tipo que já fez coisas semelhantes uma série de vezes, e insistem em beatificá-lo e fazer passar a ideia de que ele é que é a vítima. O que me enoja é a dualidade de critérios, o tratamento VIP, a hipocrisia.

Para o proxenetada que controla a FIFA o coitadinho do Zidane tem de ser desculpado, porque foi provocado pelo Materazzi, esse arauto do demónio que terá o ‘666’ tatuado algures no couro cabeludo. Quem de nós, que já jogou futebol ou qualquer outro desporto a nível competitivo, não se habituou a lidar com os insultos como fazendo parte intrínseca da vida em campo? Um jogador profissional de futebol (ainda para mais, um que é considerado o melhor ou dos melhores) tem mais é que estar habituado, de integrar isso na sua rotina de jogo. Faz parte. Não admito que se utilize o que quer que seja (o que quer que seja – nem que lhe tenha chamado ‘lagarto’, o que pode tirar uma pessoa séria do sério, passe a redundância) que o Materazzi lhe tenha chamado (e se chamou, chamou com razão – o Zidane é um filho de uma cadela desdentada) para desculpabilizar o pobre, inocente e angelical Zidane.
Fora o assunto com qualquer jogador da selecção portuguesa, e seríamos uns animais, uns selvagens, gente que não sabe o que é o fair-play. Como é o Zidane, o vilão aqui é o Materazzi, o Satanás encarnado. A pseudo-investigação que a FIFA anda a fazer à agressão do Zidane é uma farsa, uma piada de mau gosto, uma corrupção da regra do tratamento democrático. É, apenas e só, uma tentativa de se conseguir, por que formas e subterfúgios sejam possíveis, uma forma velhaca de tentar justificar e atenuar um comportamento que não tem qualquer desculpa possível. É uma solução ‘taylor made’ para o Zidane, porque qualquer outro jogador que fosse (especialmente se fosse português) seria tratado como um criminoso incivilizado e perseguido impiedosamente. É nojento, hipócrita e imoral, mas sintomático do que é a FIFA.

Estou farto da FIFA e dos acólitos que por lá pululam à busca de tacho e que influenciam todas a decisões em prol das suas selecções e países, habituados e disputar entre si a hegemonia do futebol europeu. Estou farto de jogadores reformados e que acham que por terem sido praticantes acima da média são detentores da verdade e da honra desportiva e arautos do fair-play. Estou farto de Platinis (esse estropício que passeia pelos bastidores da FIFA e UEFA em manobras subreptícias em benefício do país das baguettes), estou farto de Cruyffs, estou farto de Beckenbauers, estou farto de Pelés, estou farto de profundos atrasados mentais ingleses (ui, e é só escolher) que foram (maus) jogadores de futebol e que vomitam disparates ou que vivem com o Mourinho entalado na garganta.

Como cúmulo de tudo isto, ainda inventam (e aqui inventar é claramente a palavra mais adequada) um ranking FIFA onde as selecções sobem e descem consoante o grau de sucesso da época de acasalamento do bicho da batata na Papua Nova-Guiné. Portugal ficou em quarto lugar, limpou o sebo ao México (4ª classificada do ranking na lista anterior), à Holanda e à Inglaterra, e desce do 7º para o 8º lugar. A Inglaterra ganha a selecções poderosíssimas como a Trinidad e Tobago (à rasca), ganha ao Equador, é enrabada por Portugal e passa do 10º lugar para o 5º. Faz sentido? Faz, tanto como o penteado do Paulo Bento.

Adiante. A partir daqui voltamos ao principal. Ao que verdadeiramente interessa. Ao Glorioso.

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