segunda-feira, setembro 18, 2006

 

Allegro ma non troppo (ou, talvez, Moderato)


Bom, sobre o jogo de ontem contra aquela malta das ilhas que costuma jogar num recreio de um estabelecimento prisional, a exibição terá sido a suficiente.
Sim, melhor que as mais recentes, mas – convenhamos – pior também seria particularmente difícil de arrancar.
Não se fez mais do que a obrigação. Se não se assume o jogo na Luz contra um adversário da liga portuguesa que este ano até nem é das melhores equipas, contra quem é que se assumiria? Devo aqui dizer algo, a bem da minha consciência (já tão maltratada). Sou – é particularmente evidente – um crítico do Engenheiro. No entanto, num aspecto particular - é justo que o diga - acho que acerta no alvo. Na baliza, temos como titular o que considero como o guarda-redes com maior qualidade do plantel e que, à medida que a confiança se vai cimentando, vai fazendo daquelas exibições que asseguram vitórias (ao invés do Moretto, por exemplo, que normalmente faz exibições que asseguram derrotas). É essencial termos um guarda-redes que possa ficar largos períodos sem sequer tocar na bola mas que, quando solicitado, faça intervenções que evitem golos.

O resultado foi claramente escasso e confesso que me irrita a atitude algo displicente quando se trata de rematar à baliza ou de matar os jogos. Há ali oportunidades que não se podem falhar quando se joga ao mais alto nível. Isto é algo que já vem do ano passado e que pode complicar de forma absolutamente desnecessária e imbecil jogos relativamente simples. Já há algum tempo que falta killer instinct e há que o incutir em toda a equipa. Nesta matéria, julgo que se costuma cometer um erro básico. É usual treinar este aspecto específico apenas nos avançados (sendo obviamente natural que estes treinem mais a finalização), mas o instinto assassino, a cultura da eficácia, essa tem de ser incutida em todos os jogadores do plantel, como uma filosofia. São profissionais de futebol, mesmo que não sejam avançados, e têm obrigação de rematar melhor à baliza do que todos os outros que não o são (apesar de, segundo consta, em Barcelos haver contínuos que também não chutam mal). Pelo menos, melhor que uma octogenária ou que o Stephen Hawking.
Se uma equipa actuar como um bloco, como uma verdadeira equipa, será natural que se apresentem oportunidades de rematar à baliza também a outros elementos que não aos avançados. E será, naturalmente, conveniente que todos estejam preparados para assumir essa responsabilidade. Faz-me confusão que quando um jogador falha um golo de forma ridícula por vezes se justifique com o proverbial ‘ah, é defesa, coitado’ ou ‘grande maluco, pelo menos tentou’. Pode não ser um Van Basten ou um Henry, mas tem a obrigação de rematar a bola (caramba, aquilo é a sua profissão) melhor do que uma leguminosa.

Grande Luisão (em mais do que um sentido) e grande Nuno Assis.
Espero, pelo menos, que a atitude daqui em frente seja esta e não a do jogo de Copenhaga.
Já o disse e volto a dizer: não me dá rigoramente prazer nenhum ter razão no que respeita ao Engenheiro. Espero, muito sinceramente, que a equipa mostre que estou errado.

Adiante.

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