terça-feira, setembro 05, 2006

 

O país do faz de conta

Porque este é um esterco nauseabundo de um país em que a corrupção e a mentira são os alicerces da cultura do chico-espertismo e dos criminosos no desporto desde que um cancro chamado Porco da Costa decidiu impregnar o desporto nacional com o seu fedor nauseabundo. Porque, ao invés de investigar a fundo o polvo instalado nos meandros do futebol português, a carneirada mole da imprensa portuguesa prefere lançar mentiras sensacionalistas fabricadas pela máfia que gere os destinos da merda putrefacta e asquerosa do panorama futebolístico deste esgoto à beira-mar plantado. Por tudo isso, e mais algumas coisas, um dos maiores cancros que já caminhou por este país, e que o amerdalha e arrasta pela lama, e me faz ter vergonha de partilhar o com ele o mesmo espaço geográfico (outrora nobre e de gente valente) e a língua de Camões, tem um tratamento de consigliere, de mafioso de eleição. Fazem-se-lhe homenagens, é recebido na Assembleia da República, vai a programas de televisão, lança livros, enquanto o futebol deste país morre todos os dias um pouco. Por tudo isto, aqui vai uma pequena amostra – um vislumbre da ponta do iceberg, um ligeiro levantar do véu – do que se tem passado desde que o polvo tomou conta do futebol em Portugal. Imagine-se o que não se tem feito ao longo de todos estes anos.

« A investigação no âmbito do processo Apito Dourado detectou que vários árbitros foram abordados para prejudicar o Benfica na época 2003/04, revela hoje o Diário de Notícias. "A investigação do processo Apito Dourado detectou, pelo menos três jogos, durante a época 2003/04, em que houve manobras de bastidores para prejudicar o Benfica", escreve hoje o jornal.
De acordo com o DN, numa das partidas, entre os encarnados e o Nacional (que o Benfica perdeu por 2-3), foi interceptada uma conversa telefónica entre o empresário António Araújo e o presidente do clube madeirense, Rui Alves, sobre a actuação do árbitro Augusto Duarte. "Manda quem pode, obedece quem tem juízo", terá dito o empresário, citado pelo jornal.
Os indícios recolhidos pelo Ministério Público (MP) neste caso passam, sobretudo, por escutas telefónicas e foram remetidos à comarca do Funchal. O DN escreve que não conseguiu apurar se o processo seguiu para a acusação ou se foi arquivado. Segundo o MP, uns dias antes do jogo Nacional- Benfica o presidente do clube madeirense informou o empresário António Araújo da nomeação de Augusto Duarte, indica o jornal. "Rui Alves terá pedido a Araújo para este abordar o árbitro", ao que o empresário afirmou: "Pronto, eu toco a andar mesmo", disse, chegando mesmo a contactar Augusto Duarte. Segundo o diário, "ao mesmo tempo, o empresário ligado ao futebol e com negócios com o FC Porto ia dando conta das diligências a Pinto da Costa e a outros dirigentes do FC Porto". "Nota o procurador Carlos Teixeira que o FC Porto tinha interesse no resultado desse jogo, já que nesta altura do campeonato, o Benfica ocupava o terceiro lugar e ainda não estava arredado da luta pelo título", indica o DN.
Também há nos autos uma conversa telefónica entre António Araújo e Luís Gonçalves, da Sociedade Anónima do FC Porto (SAD), em que o primeiro refere ter estado a "tratar com o presidente aquela situação do Nacional", afirma o jornal. De acordo com o DN, o outro desafio que consta do processo é o Benfica-Boavista, de 18 de Janeiro de 2004. "Segundo o MP, Valentim Loureiro, presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, ligou a Júlio Mouco, elemento da comissão de arbitragem, sugerindo o nome do árbitro Elmano Santos para o jogo em questão, acrescentando que não queria que fossem nomeados árbitros assistentes da Madeira e de Lisboa", afirma o diário.
Nesse contexto, João Loureiro, presidente do Boavista, contactou Carlos Pinto, funcionário da Liga, para este dar um "toque" ao árbitro. "O homem tem de ser chamado à atenção", terá dito João Loureiro. O Boavista acabaria por perder o jogo (2-3) e Valentim Loureiro terá telefonado a Elmano Santos "bastante irado", segundo o MP. »

Comentários? Para quê?
Para a tripeiragem, trata-se de invenções mal intencionadas, e o Porco da Costa é um provável candidato a uma futura beatificação. Juram que está inocente.
Para a lagartagem, a culpa de tudo o que de mal acontece no futebol português é do Benfica e do Luís Filipe Vieira. Tudo vai sempre dar ao Benfica. E como agora lhes dá jeito (como acontece ciclicamente, apesar de acabarem sempre com uma saraivada de facas nas costas), fecham os olhos, contam até 10 e até acham que o Porco da Costa é inocente. Sim, porque o vilão é o Benfica. Não sabem bem porquê, mas está-lhes entranhado no sistema de convicções que assim seja. O Porco da Costa, apesar do mar de informação e indícios que apenas confirma o que toda a gente já sabe há anos e anos, será inocente, coitado, vítima de uma cabala por parte de gente invejosa. Já o Luís Filipe Vieira, esse é prontamente condenado, e não têm dúvidas - jurarão a pés juntos, sobre as campas das suas mãezinhas, paizinhos e cãezinhos - que é culpado, com base numa notícia posta a circular pela máfia deste país num dos seus veículos na imprensa.
Palavras para quê, de facto.

País de merda. Carneirada mole. Tudo isto mete nojo, tudo isto nos consome.

Mas não nos mata. Não. Apenas nos torna mais fortes.

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