quinta-feira, dezembro 21, 2006

 

Quem quer ir à 'guerra', monta (n)o Paulo Bento


Confirmando a minha ideia que o Sportem é uma instituição de solidariedade com alarmantes semelhanças com a Casa Pia, o jovem técnico do penteado à Calimero (e de ar apavorado – parece que acabou de ver a Teresa Guilherme em trajes menores ou o Estádio do Alvalixo pela primeira vez) diz hoje na imprensa, a propósito da creche que orienta, que: ‘Aqueles que quiserem vir para a guerra montam-se nas minhas costas, os que não quiserem, não há problema. Tenho 23 jogadores, mas, se ficar com 22, tudo bem.’

Há aqui três aspectos a salientar.

Primeiro, que o Calimero, imbuído de um louvável instinto protector para com os seus meninos, mostra uma especial atenção para com o vocabulário (para não os chocar) e substitui sabiamente o acto de abafar o pepino pela expressão ‘vir para a guerra’. Sugere-se também a expressão ‘coboiada’, que tem igualmente um carácter, vá lá, mais ou menos bélico, e é apelativo às crianças (talvez não ao Túnel, que gosta mais de brincar às espadas, como já aqui vimos).

Segundo, há a registar uma inversão dos papéis, por comparação com as ‘coboiadas’ da Casa Pia. No Sportem, é a criançada que monta nas costas do elemento sénior, e não o contrário, como era usual na Casa Pia.

Terceiro, verifica-se que o Calimero, além de particularmente tolerante, porque diz que ‘os que não quiserem, não há problema’ (é um gajo sensível: não quer nada à bruta), possui uma resistência fora do comum: prefere 23, mas se for 22, tudo bem. Isto ajuda a explicar, nalguma medida (mas não completamente), as olheiras profundas e o ar de quem foi montado por 22 ou 23 jovens (consoante o Carlos Martins esteja para lá virado ou não).

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