sexta-feira, abril 06, 2007

 

Pode-se sempre culpar a bancada

Devo dizer, em abono da verdade, que existe – neste caso relativo aos incidentes do jogo de Domingo com o FC Porco – um claro equívoco e, até, um erro crasso por parte dos responsáveis do Glorioso.
Entre outros argumentos legítimos e perfeitamente válidos, dizem que já se tinham colocado claques como as do Manchester United, Liverpool, Barcelona ou Celtic naquela bancada e sector específico. Mas – e é aqui que se consubstancia o erro – tratava-se de pessoas, não é? Não se pode usar como argumento o que se fez relativamente a grupo de pessoas como justificação para o que se fez ou deve fazer com quantidades pouco recomendáveis de produto intestinal. Eu, por exemplo, tenho por hábito receber pessoas para jantar ou beber um copo, mas não é lá por causa disso que me disponho e encher a casa de estrume ou ter baldes de excremento por todo o lado. Há aqui, portanto, que utilizar o bom senso. A porcaria fica na rua.

A este propósito, fica aqui à atenção dos responsáveis do Glorioso: estou disposto, e tenho a certeza que muitos mais benfiquistas também, a pagar quotas adicionais ou a contribuir de que forma for necessário, para pagar as multas que forem devidas no sentido de nunca mais deixar entrar qualquer um daqueles baldes de excremento nauseabundo no nosso estádio. Não se dê nunca mais bilhetes para o FC Porco nos jogos da Luz. Ponto final. O Estádio é nosso, está também a ser pago, numa certa medida, por todos nós, exigiu muito trabalho e dedicação aos responsáveis, e não estou disposto a assistir, impotente, a animais a partir o nosso património perante a cumplicidade de agentes de autoridade ainda por cima pagos pelos nossos impostos. A não ser que, por cada cadeira partida, se partisse uma fila de dentes da frente a um daqueles dejectos criminosos da guarda pretoriana do Porco da Costa. Aí, não me importava de pagar eu próprio umas boas filas de cadeiras.

Quanto a essa pseudo-organização anedótica da Liga, chefiada por aquele indivíduo que parece o porquinho Babe, faria melhor em preocupar-se com as acções desta gentalha cadastrada que vive num paraíso de impunidade do que em multar gente livre que tem o direito à indignação, ou andar obcecada com o nº de bilhetes que se enviam para claques e se estes correspondem ao definido nos seus travestis de regulamentos.
Regista-se também, para variar, que mais uma vez o Secretário de Estado do Ócio, o Laurentino de Fafe, se demite de tudo o que não tenha a ver com a perseguição doentia ao Nuno Assis. Violência no futebol, famílias e crianças em perigo, gente a sair inconsciente de maca num estádio, criminosos à solta, nada disso o preocupa nem lhe merece uma palavra. Não, o que ele gosta é de fazer a vida negra a jogadores do Benfica. Isso é que lhe alegra os dias, o que o faz correr (pouco, se tivermos em conta a figura). Volto a dizer que acho pornográfico pagar impostos para sustentar esta versão triste do Jabba the Hut.
Adicionalmente, o Secretário de Estado (outro) da Administração Interna vem acusar o Presidente do Glorioso de desrespeito à autoridade. Já deu para ver que a nível de Secretários de Estado estamos muito bem servidos. Ora muito bem, vamos lá ver se percebemos: mandar petardos e cadeiras e colocar em risco famílias e crianças, ofender e agredir ao pontapé agentes da polícia, tudo bem. Isso não é desrespeito à autoridade. Porque a culpa é da localização no estádio. Agora um Presidente de um clube que viu parte do seu estádio vandalizado e os seus adeptos agredidos, vir responsabilizar as autoridades pela sua incompetência, isso sim, é que é um grave desrespeito à autoridade. Bom, sendo assim, é capaz de ser melhor ter sempre à mão (ou ao pé, neste caso) um polícia para pontapear enquanto se profere este tipo de declarações. Pode-se sempre culpar a bancada.

O que se está a passar relativamente aos incidentes de Domingo no Estádio da Luz com a diarreia que dá pelo nome de Super Dragões é uma absoluta vergonha, mas sintomático da anedota de país em que vivemos. O presidente do Glorioso está coberto de razão. Fosse aquilo uma qualquer manifestação e os agentes da autoridade (uso aqui o termo livremente) teriam alegremente corrido à bastonada e pontapé a multidão. Tratando-se dos Super Porcalhões, criminosos cadastrados, que roubam, agridem, violam e arrasam áreas de serviço em tempo recorde, a polícia baixa a cabeça e presta vassalagem. Em abono da verdade, isto tem também a ver com esta nova fornada de agentes da autoridade com formação teórica, mas pouca escola de vida. São formados em escolas superiores, têm os Códigos e Decretos Lei decorados, mas arrear porrada e distribuir fruta à antiga isso não, porque magoa. Delegam a responsabilidade de policiamento de um evento de alta segurança e risco numa Subcomissária que terá tido notas excelentes em disciplinas como 'A responsabilidade social no aumento da criminalidade' ou 'O papel do ambiente familiar na estrutura psicológica do meliante', mas que tenho dúvidas que saiba aplicar um decente pontapé na boca a um criminoso, e depois dá nisto. Fosse o assunto entregue a gente capaz, polícias que sabem como lidar com lixo cadastrado e que sabem como dominar situações de risco, e provavelmente os bastões ainda estavam quentes por esta altura. Numa altura em que os Super Porcalhões treinavam a pontaria com petardos, o contingente policial era
reforçado lá em baixo, juntos aos benfiquistas agredidos. Esta, nem nos livros que têm decorados me parece que venha. Porque não acredito que haja livros que ensinem a se ser estúpido.

E, claro, depois o clube dos gangsters, dos árbitros comprados, dos galões e rebuçados, do crime organizado e agressões encomendadas, que sustenta criminosos cadastrados e casas de dúbia reputação, por seu lado, faz jus à sua condição de sindicato do crime e tenta branquear e inocentar os Super Porcalhões e tudo o que se passou com ‘a localização dos adeptos no estádio’.
A culpa não é dos Super Porcalhões, é da bancada. Provavelmente, haverá uma qualquer conjugação de factores magnéticos, psicossomáticos e ambientais que transformam um inocente cidadão que nunca fez mal a uma mosca e que cantou toda a sua vida no coro da Igreja num invulgar mestre na arte de arremesso de cadeiras e petardos. Num momento está – imbuído de uma graça celestial – absorto na articulação de uma estratégia concertada para tentar acabar com a fome no mundo, e no outro, subitamente e por força do efeito da localização no estádio, está embrenhado numa estratégia concertada de encontro das cabeças de adeptos benfiquistas com petardos e cadeiras.

No meio de tudo isto, Luís Filipe Vieira vai-se encontrar com a Avestruz de Alvalade para concertar a estratégia da visita da lagartagem. E o que é que faz um tipo que facilmente ganharia o galardão 'Queque do ano' - com ar de quem gosta de ser açoitado enquanto se passeia em roupa interior feminina - e que dizem que tem a cargo a comunicação do Sportem (adequadamente, agora que penso nisso)? Entra numa histeria abichanada, antes da referida reunião sequer ter ocorrido - que pode resultar num ajuste de posições absolutamente normal, repare-se - e engata num ataque imbecil de diarreia verbal numa conferência de imprensa, vomitando umas declarações pontuadas por 57 referências a 'o Sportem não abdica' e 'o Sportem não admite'. Jovem, caro Miguel Salema Gayzão, o Sportem não admite nem deixa de admitir nada. Se não quisermos dar bilhetes, não damos, e pagamos a multa, porque temos dinheiro, ao contrário de vocês que nem dinheiro têm para fazer a operação de mudança de sexo que você precisa.

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